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    Chefe da CIA teve reunião secreta com líder do Talibã em Cabul

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    O diretor da CIA (agência de inteligência do Estados Unidos), William Burns, se reuniu secretamente no Afeganistão com Mullah Abdul Ghani Baradar, um dos cofundadores do Talibã e chefe político do grupo extremista.

    A informação foi revelada pelo jornal “The Washington Post” e depois noticiada pelo “The New York Times”, a rede de televisão CNN e outros veículos de comunicação americanos.

    A reunião ocorreu em Cabul na segunda-feira (23) e é o maior encontro entre o governo Joe Biden e o Talibã desde que o grupo extremista tomou a capital afegã e voltou ao poder após 20 anos.

    Procurada pelo jornal, a CIA se recusou a comentar a reunião com o Talibã. Segundo o “The Washington Post”, Burns é o diplomata mais condecorado do gabinete de Biden.

    Baradar liderou o acordo de paz do Talibã com os EUA, durante o governo Donald Trump, e também negociava um cessar-fogo com o antigo governo afegão, antes da sua queda.

    Ele havia sido preso em 2010 em Karachi, no sul do Paquistão, e foi libertado em 2018, a pedido de Trump, para participar das negociações de paz.

    Ironicamente, Baradar ficou preso por oito anos após uma operação conjunta entre a CIA e o governo paquistanês.

    Baradar lutou contra as forças soviéticas durante a ocupação do Afeganistão, na década de 80, e foi governador de várias províncias na década de 90, quando o Talibã governou o país pela primeira vez.

    Saída do Afeganistão

    O acordo de paz, assinado pelo governo Trump e o Talibã em fevereiro de 2020 em Doha, no Catar, previa a retirada das tropas americanas e de países aliados em maio deste ano.

    EUA e grupo extremista Talibã assinam acordo de paz histórico
    EUA e grupo extremista Talibã assinam acordo de paz histórico

    Biden manteve o acordo, mas adiou o fim da missão para 31 deste mês — e agora é pressionado por aliados a adiar novamente a saída do Afeganistão, apesar do alerta do Talibã.

    Reino Unido, França, Alemanha e outros países dizem ser necessário mais tempo para evacuar seus cidadãos e afegãos que trabalharam para esses países e têm sido alvos do Talibã.

    O ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, afirmou ao jornal “Bild” que não é possível retirar todas as pessoas necessárias até o dia 31: “Mesmo alguns dias a mais, não será suficiente”.

    Mas um porta-voz do Talibã advertiu que os EUA cruzarão uma “linha vermelha” se mantiverem as tropas além do prazo, prometendo “consequências”.

     

    Aliados pressionam EUA, mas Talibã diz que não aceitará prazo maior para retirada americana do Afeganistão

    Talibã de volta ao poder

    Foi a primeira vez que um líder talibã do alto escalão retornou publicamente ao país desde 2001, quando foram expulsos pelos EUA após os atentados do 11 de Setembro.

    O grupo extremista foi retirado do poder pelos EUA por esconder e financiar membros da Al-Qaeda, grupo terrorista comandado por Osama bin Laden e responsável pela queda das Torres Gêmeas e o ataque ao Pentágono.

    Governo talibã

    O Talibã comandava o Afeganistão desde 1996, adotando uma visão extremamente rigorosa da lei islâmica (sharia) e impondo restrições sobretudo às mulheres, que eram impedidas de trabalhar e estudar.

    As visões islâmicas ultraconservadoras incluíam apedrejamentos, amputações e execuções públicas e a proibição de músicas, filmes e até a televisão.

    Fonte: G1.

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    Sara Celestino
    Sara Celestinohttps://gazeta24horasrio.com.br
    Repórter-fotográfica, atuando na produção de conteúdo com objetivo de compartilhar a melhor informação para manter você bem-informado! E-mail. [email protected]

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