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    No Che Guevara, os números de uma luta bem sucedida

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    Veículos de imprensa do mundo todo elegeram Maricá como referência no trato da pandemia e de seus efeitos econômicos e sociais. No centro dessa atenção, o Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, inaugurado há exatamente um ano, no Dia do Trabalhador, simboliza esse esforço. Os números acumulados e a qualidade do trabalho no hospital continuam alimentando o interesse internacional.

    Na unidade hospitalar instalada às margens da rodovia RJ-106, em São José do Imbassaí, tudo tem ordem de grandeza. Um exército de mil colaboradores atua 24 horas por dia, sete dias por semana. Essa equipe foi responsável por 1680 internações. Delas, mil eram de munícipes, o que reforça o caráter regional e de universalidade do Sistema Único de Saúde. Já conhecido como um hospital que salva vidas, o Hospital Che Guevara registrou 1.069 altas nesse período, sendo o tempo de permanência média de 10,7 dias na unidade de saúde. Já a idade média dos internados no hospital é de 63,79 anos, 56,47% homens. Em um ano, além dos moradores de Maricá, o hospital atendeu pacientes de outras 22 cidades do Estado do Rio e também dos estados de Minas Gerais e São Paulo, como Diadema, o que reforça a importância desta unidade hospitalar no combate à pandemia.

    São 100 médicos, além de 400 colaboradores na enfermagem, 200 multiprofissionais – fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, dentistas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e farmacêuticos (clínicos e hospitalares). A equipe administrativa tem 180 pessoas, contando auxiliares de serviços gerais, copeiras e todos que contribuíram para o resultado. Um ano depois, a unidade saiu de 50 leitos para 116, sendo 58 de CTI e 58 de semi-intensiva.

    “Com uma taxa de ocupação em torno de 86%, a gente vê a importância desse hospital num contexto de saúde pública regional”, pontua a diretora geral do Che, Michelle Silvares.

    Além da técnica, a reputação do Hospital Che Guevara está na estruturação em um atendimento humanizado. Ali, os médicos informam o estado de saúde de cada paciente às famílias por telefone uma a duas vezes ao dia, enquanto o Serviço Social faz ligações de vídeo do usuário para que todos se vejam, com forte resultado terapêutico. As TVs, além de filmes, passam séries de um grupo de palhaços. No projeto Abraço Musical, membros da equipe que são músicos tocam e cantam canções para os pacientes.

    Todo o hospital conta com fotografias terapêuticas espalhadas pelos corredores, resultado de uma parceria com fotógrafos da Secretaria de Comunicação. “Tudo isso foi milimetricamente pensado para que o munícipe tivesse o melhor para sua recuperação”, ressalta a secretária de Saúde, Simone Costa.

    “Eu nunca imaginei que fosse tamanha estrutura para cuidar de um doente. Precisei passar por isso para saber. Esse hospital é de primeiro mundo. Em lugar nenhum do país tem no SUS uma estrutura como essa daqui de Maricá. Estou nas mãos de profissionais competentes e dedicados, que trataram a Covid e estão tratando as sequelas que ela deixa”, atesta o delegado Júlio César Mulatinho Neto, titular da 82°DP de Maricá, internado no Che desde o dia 27 de abril. Entre os equipamentos específicos para o tratamento de pacientes de Covid-19 como o delegado, a unidade tem 71 ventiladores e 111 monitores disponíveis para uso, fora os que estão em manutenção.

    Manter essa cidade funcionando dá trabalho. Foram servidas 300 mil refeições para pacientes e colaboradores. E a preocupação com a limpeza é permanente: a coordenação de higienização contabilizou 588.053 limpezas e desinfecções no período.

    Treinamento também não falta: o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho aplicou 2.467 treinamentos. A equipe de Educação Permanente e Continuada contabilizou outros 14.257 treinamentos para todas as áreas do hospital, visando melhoria dos processos e qualidade assistencial.

    Na dinâmica estrutural, o Hospital Municipal Ernesto Che Guevara conta com mais números superlativos. O abastecimento regular de oxigênio, item crítico no trato da Covid-19, acompanha a série: o tanque do Che tem capacidade de 11 mil L (9.200 m³). Além do principal, há ainda 16 cilindros reservas – com 10 m³ cada, que equivalem a mais 160 m³ de oxigênio. Sobra segurança para quem trabalha quanto aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI); foram entregues 17.234 aventais, 1.202 faceshields, 9.795 máscaras N95, outras 4.956 máscaras cirúrgicas, 274 óculos e 109 óculos de sobrepor.

    Como o trabalho não para e no Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara todo mundo tem pressa para continuar salvando vidas, o aniversário de um ano foi comemorado de forma simples, com um café da manhã e um lanche especial à tarde servidos no refeitório principal. Na área externa, 1.700 balões brancos foram soltos, representando o número de vidas salvas no hospital.

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    Alexandre R. Ducoff
    Alexandre R. Ducoff
    Formado em jornalismo no ano de 2020. Já trabalhei como fotógrafo e cinegrafista no Atitude Video Art, fotógrafo no Estúdio Novo Olhar, redator do informe-se, repórter do M1newstv Maricá Noticiais e criador de conteúdo da CEIC. Atualmente trabalho como redator, editor e cinegrafista no Gazeta 24 Horas News.

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