24.4 C
Maricá
quinta-feira, novembro 21, 2024
More
    InícioCaso de PolíciaOperação no Jacarezinho é a mais letal da história do RJ

    Operação no Jacarezinho é a mais letal da história do RJ

    Data:

    Últimas Notícias

    Cicloturistas noruegueses cruzam Maricá pela Rota Charles Darwin

    Grupo chegou por Itaipuaçu e passou por outras áreas...

    Cine Henfil mostra Filmes variados de 22 a 24/11

    A Secretaria de Cultura divulgou a programação do Cine...

    Programa de Oftalmologia Realiza Mais de 500 Cirurgias em Oito Dias

    A Secretaria de Saúde, em parceria com a Fundação...

    A operação policial mais letal da história do Rio aconteceu nesta quinta-feira (6) no Jacarezinho, Zona Norte do Rio, deixando 25 pessoas mortas.

    O levantamento foi feito pelo G1 com informações do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da plataforma Fogo Cruzado.

    Um dos mortos foi o policial civil André Leonardo de Mello Frias, da Delegacia de Combate à Drogas (Dcod). A Polícia Civil diz que os outros 24 assassinados eram criminosos, mas não revelou as identidades ou as circunstâncias em que foram mortos.

    O delegado Ronaldo Oliveira nega que tenha havido execução. “Para deixar bem claro: quem não reagiu, foi preso. Ou foi preso ou fugiu”.

    O sociólogo Daniel Hirata, do Geni/UFF, classifica a operação como inaceitável e diz que é mais grave do que chacinas como a de Baixada Fluminense, em 2005, ou a de Vigário Geral, em 1993.

    “Foi a operação mais letal que consta na nossa base de dados, não tem como qualificar de outra maneira que não como uma operação desastrosa (…) É uma ação autorizada pelas autoridades policiais, o que torna a situação muito mais grave”.
    Ele diz que, segundo os moradores, a ação se tornou mais violenta após a morte do policial e que ficou “incontrolável”.

    Em nota, a Polícia Civil disse que fez uma operação contra o crime organizado e que comunicou o Ministério Público sobre a ação, como determina o Supremo Tribunal Federal (STF).

    Desde junho do ano passado, o STF suspendeu operações em favelas durante a pandemia. A decisão permite ações apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais”, com o Ministério Público sendo avisado.

    “Temos uma cadeia de responsabilizações que precisa ser apurada. Se trata de uma operação policial, um caso gravíssimo de violência de Estado. Não é grupo de extermínio, maus policiais, milicianos. É uma operação autorizada pelas autoridades. E tudo isso em um momento em que há a determinação de suspensão das operações policiais nas comunidades pelo Supremo Tribunal Federal”, diz o especialista.

    Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

    Em nota, o MP informou que foi comunicado “logo após o seu início, sendo recebida às 9h”. A operação, segundo o MP, foi feita para cumprir prisão preventiva e buscas e apreensão contra traficantes. Até 17h10 tinham sido apreendidos:

    16 pistolas
    6 fuzis
    12 granadas
    1 submetralhadora
    1 escopeta

    O MP afirmou ainda que está investigando o caso e que recebeu ocorrências de abuso policial em seu plantão de atendimento.

    Um levantamento de 2019, feito pelo Ministério Público, mostrou que o aumento da violência policial não diminui a ocorrência de crimes ou de homicídios no Rio.

    Pelas redes sociais, moradores do Jacarezinho relataram mais mortes que as computadas, além de corpos no chão, invasão de casas e celulares confiscados. À tarde, eles chegaram a fazer um protesto na comunidade.

    Dois passageiros do metrô foram baleados dentro de um vagão da linha 2, na altura da estação Triagem, e sobreviveram (veja no vídeo acima). Um morador foi atingido no pé, dentro de casa, e passa bem. Dois policiais civis também se feriram.

    Foto: Reginaldo Pimenta/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

    Ações com mais mortos desde 2007:

    • 06/05/2021 – Jacarezinho – 24 mortos civis + 1 policial civil morto + 5 feridos (2 deles policiais)
    • 28/06/2007 – Complexo do Alemão – 19 mortos civis
    • 08/02/2019 – Fallet/Prazeres – 13 mortos civis + 1 ferido civil
    • 15/05/2020 – Complexo do Alemão – 13 mortos civis
    • 15/10/2020 – Vila Ibirapitanga (Itaguaí) – 12 mortos civis (incluindo um ex-PM)

    “Neste momento, a instituição está no local, por meio de sua Ouvidoria e do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, ouvindo os moradores e apurando as circunstâncias da operação, a fim de avaliar as medidas individuais e coletivas a serem adotadas. Desde já, manifestamos nosso pesar e solidariedade aos familiares de todas as vítimas de mais essa tragédia a acometer nosso estado.”

    Em nota, a ONG de Direitos Humanos Instituto Igarapé criticou a ação.

    “É inaceitável que a política de segurança pública do estado continue apostando na letalidade como principal estratégia, sobretudo em áreas vulneráveis. Privilegiar o confronto indiscriminado coloca nossa sociedade e nossos agentes públicos em perigo”.

    Por: G1

    spot_imgspot_img
    Alexandre R. Ducoff
    Alexandre R. Ducoff
    Formado em jornalismo no ano de 2020. Já trabalhei como fotógrafo e cinegrafista no Atitude Video Art, fotógrafo no Estúdio Novo Olhar, redator do informe-se, repórter do M1newstv Maricá Noticiais e criador de conteúdo da CEIC. Atualmente trabalho como redator, editor e cinegrafista no Gazeta 24 Horas News.

    +Populares

    spot_img

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui