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Ex-prefeito de Maricá, Washington Quaquá fala sobre o caso do aeroporto

Nesta sexta-feira (25/06) a Justiça Federal condenou o ex-prefeito de Maricá, Washington Quaquá (PT), e mais seis réus sobre o caso da queda de um avião monomotor que causou a morte de um juiz e de um piloto. Na ocasião a aeronave caiu na Lagoa de Maricá, após os acusados impedirem a aterrissagem no aeroporto. O caso aconteceu no ano de 2013.

De acordo com informações, a Segunda Vara Federal de Niterói lançou a sentença condenatória. O processo denuncia o ex-Secretário de Segurança Pública e atualmente Secretário de Defesa Civil, Fabrício Bittencourt, Thiago de Souza Adão, Moacir Winder Duarte Azevedo Brandão, Renato Luiz Moreira, o ex-prefeito de Maricá, Washington Quaquá, Fernando César Ribeiro Mentizingen, Leandro Pereira de Oliveira e o ex-Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e atualmente vice-prefeito de Itaboraí, Lourival Casula.

Vale destacar que as penas de prisão em regime aberto poderão ser substituídas por prestação de serviço à comunidade. Os condenados podem também recorrer a instâncias superiores.

A decisão foi decidida pela Vara Federal, sendo assim os recursos poderão ser feitos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), pelo Tribunal Regional Federal (TRF) ou Superior Tribunal Federal (STF).

NOTA DIVULGADA PELO WASHINGTON QUAQUÁ 

Recebo com indignação, mas com tranquilidade a decisão da primeira instância sobre o aeroporto de Maricá, que absurdamente me condenou a 3 anos em regime aberto. Tenho certeza que as instâncias superiores farão justiça e anularão tal decisão.
Antes de meu governo o Aeroporto de Maricá era controlado por traficantes, como testemunhou a relatora da CPI do narcotráfico, para a região sudeste, a deputada federal Laura Carneiro, apontando que Fernandinho Beira Mar controlava nosso aeroporto.
Foi com coragem e destemor que expulsei os traficantes e devolvi o aeroporto para a cidade e para as atividades lícitas.
No curso do processo, forças poderosas e ricas, que movimentavam ilicitamente milhões no aeroporto, tentaram me calar e reverter minha decisão.
Aproveitaram a fatalidade da morte de um juiz em um treinamento, em avião completamente sem condições de voo, para tentar me atingir, me processado e buscando com a comoção do judiciário, arranjar uma prisão para mim. Os laudos da aeronáutica, certificados pelos seus radares, foram cabais em demonstrar que o avião do juiz não só “nunca tentou se aproximar do aeroporto de Maricá”, como se desintegrou no ar porque já estava há 900 horas sem manutenção, quebro deveria fazê-la a cada 100; é que possuía parafusos incompatíveis com a fuselagem. O MPF teve que retirar das alegações finais o caso lamentável da morte do Juiz.
Todas as testemunhas de acusação eram usuários e usufruíam do “esquema” do aeroporto. Nenhuma delas se sustenta e nenhum avião foi impedido de pousar, nem de decolar.
O que houve é que acabei com a bagunça de pousarem sem fiscalização; a noite; descarregando sacos e mais sacos de sabe-se bem o que.
Mas infelizmente quem foi condenado fui eu. É assim nesse país! A sentença não tem grande efeito prático, mas causa desgaste político.
Já tive meu passaporte preso por quase 2 anos; decisão que só depois foi revogada; e tenho que cumprir exigência de apresentação quinzenal à justiça, o que veio me causando tristeza e sentimento de injustiça.
Confio que as instâncias superiores vão reparar essa injustiça e fazer com que a democracia brasileira possa confiar no seu imprescindível sistema judiciário, tão desacreditado hoje em dia por decisões de claro cunho político e partidário.
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