O diretor da TV Globo e cineasta Jayme Monjardim foi marcado pela emoção na tarde desta terça-feira (13), em Maricá. Primeiro porque vendeu a casa da sua mãe, a saudosa cantora Maysa Matarazzo e, segundo, por ter reencontrado seu velho amigo e parceiro Paulo Celestino, jornalista local e que segue os caminhos também do audiovisual. Todos os presentes utilizaram a máscara de proteção da Covid-19.
Jayme vendeu para a Prefeitura de Maricá a casa que pertenceu a sua mãe que morreu em janeiro de 1977, num acidente de trânsito na Ponte Rio-Niterói.
A residência, na Praia de Cordeirinho, será transformada em um museu, em homenagem à artista que se consolidou como uma das mais brilhantes e sensíveis vozes da música brasileira.
O imóvel vai integrar o projeto “Orla do Samba e das Utopias”, iniciativa da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), que deve reunir outras duas casas-museus (Casa Beth Carvalho e Casa Darcy Ribeiro).
“Hoje é um dia especial para todos nós, é um dia de marco, de um sonho que se faz realidade. O Jayme Monjardim entendeu que essa casa tem um lugar de pertencimento para além da sua família e quando possuído pelo despossuimento da materialidade se permitiu tirar de si, tirar da sua família e entregou esse lugar cheio de significados existenciais da Maysa para a cidade, para o Brasil”, afirmou o prefeito de Maricá, Fabiano Horta (PT). “Só tenho a agradecer em nome da cidade de Maricá por esse ato de liberdade”, completou o prefeito.
Fabiano Horta falou da importância de Maysa para Maricá, para o Brasil.
Foto: GBNEWS.
A relação de Maysa com Maricá vai muito além da casa que escolheu para viver na Rua 89. Em um de seus diários a cantora teria revelado: “só fui feliz em Maricá”. Visivelmente emocionado, o diretor Jayme Monjardim falou da relação de sua mãe com Maricá.
“Agora essa é a casa do Brasil, é a casa de Maricá. Foi aqui que a minha mãe viveu os momentos mais felizes. Aqui em volta não tinha nada, foi um investimento emocional que ela fez aqui, ela jogou na construção dessa casa tudo o que ela tinha de melhor. Tudo que ela conseguiu recolher em vida está aqui”, afirmou o diretor. “No dia que ela sofreu o acidente e faleceu, eu cheguei aqui e encontrei a casa intacta e logo em seguida, vim morar aqui”, contou. “Sei muito bem o que minha mãe passou. Tenho certeza de que essa casa vai ficar como uma casa de amor, amor às pessoas, amor à vida. Vamos ter que entender como é a solidão, pois para muita gente a solidão não é fácil, mas minha mãe, com trinta e poucos anos, encontrou aqui paz dentro da solidão”.
Jayme Monjardim vai colaborar para a transformação da residência em museu. Foto: GBNEWS.
Jayme disse ainda que está à disposição para colaborar com a construção do Museu Casa Maysa. “Os textos dela ficarão disponíveis aqui. São mais de 20 mil textos, fotos, objetos pessoais, músicas e outros materiais que estarão à disposição e que de alguma maneira, de forma tecnológica, será de fácil acesso, será digital e interativo. Por tudo isso eu estou muito feliz por entregar a Maysa para todos”, finalizou Jayme.
Olavo falou do patrimônio histórico e cultural que valoriza seus heróis.
Foto: GBNEWS.
De acordo Olavo Noleto, presidente da Codemar, o próximo passo é montar o projeto dos museus e após concluído dar início a sua execução.
“Queremos colocar Maricá no roteiro turístico cultural do Brasil. Somos um município que se propõe a ser uma cidade das artes e, para isso, é muito importante esse trabalho de resgate ao patrimônio histórico e cultural que valoriza os seus heróis, heróis como a Maysa, Beth Carvalho e Darcy Ribeiro. Assim que tivermos um calendário de execução e inauguração dos museus e do projeto “Orla do Samba e das Utopias”, divulgaremos”, afirmou.
Reencontro
O reencontro emocionado dos amigos chegou às lágrimas e comoveu os presentes.
Foto: GBNEWS.
Quando foi morar na casa em Cordeirinho, após a morte de Maysa, Jayme contou com a ajuda e apoio de Paulo Celestino e família por cerca de 20 anos. Após esse período, tomaram rumos profissionais diferentes. Convidado, Paulo Celestino foi desempenhar sua função de fotógrafo na Suíça por 10 anos e Monjardim para o mundo cinematográfico e TV Globo onde é diretor.
Ontem, para a solenidade de venda da residência que será transformada no Museu Casa Maysa, Jayme Monjardim e Paulo Celestino após alguns anos se reencontraram e a emoção tomou conta dos dois amigos diante do prefeito Fabiano Horta, secretários municipais e convidados.
Foto: GBNEWS.
O reencontro dos velhos amigos foi respeitado pelo prefeito e seus auxiliares que se mantiveram à distância. Jayme Monjardim vai colaborar na medida do possível, nas produções de um documentário e um longa metragem do jornalista e agora cineasta Paulo Celestino que também preside a Associação de Imprensa de Maricá. Monjardim atualmente está voltado para a produção de um seriado para a Globoplay.
Fonte: Gbnews.