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    MP investiga se Clarinha, mulher em coma há 21 anos, é criança desaparecida nos anos 70

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    Uma nova linha de investigação busca a identidade de Clarinha, como ficou conhecida a mulher sem registro oficial que está internada em estado vegetativo há 21 anos no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória, após um atropelamento em junho de 2000.

    O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) agora investiga se a identidade dela pode estar ligada ao sequestro de uma criança mineira, Cecília São José de Faria, em Guarapari, em 1976 (entenda o caso aqui). Naquele ano, a família da menina passeava no Espírito Santo quando a menina desapareceu e nunca mais foi encontrada. Agora, a família mineira disse que aguarda desde abril o resultado de um exame genético para saber se Clarinha é, na verdade, Cecília.

    De acordo com o MPES, uma equipe de papiloscopistas da Força Nacional de Segurança Pública, que estava em operação no estado em 2020, soube do caso e pediu autorização para ajudar na investigação.

    Comparação facial e uso de bancos de dados

    A equipe de papiloscopistas usou processo de comparação facial, com buscas em bancos de dados de pessoas desaparecidas com características físicas semelhantes às da mulher.

    “A partir dessas buscas, chegou-se ao caso de uma criança de 1 ano e 9 meses desaparecida em Guarapari, em 1976. Na época dos fatos, a família dela, que é de Minas Gerais, passava férias no Espírito Santo. Para a confirmação das semelhanças físicas entre a menina desaparecida e ‘Clarinha’, foi solicitada a realização de exame de reconhecimento facial por uma empresa especializada neste trabalho localizada no Paraná”, disse o MP em nota.

    Ainda de acordo com o Ministério Público, o exame feito pela empresa concluiu haver “compatibilidade” entre as imagens de Clarinha e a da menina desaparecida em 1976.

    O Ministério Público requisitou a um laboratório o perfil genético de Clarinha.

    “Após essa coleta mais recente, iniciada com o processo de comparação facial, o MPES enviou o material genético para a Polícia Civil de Minas Gerais, que mantém arquivado o perfil genético dos pais da criança desaparecida em Guarapari. O Ministério Público capixaba solicitou a comparação entre os perfis genéticos e, neste momento, aguarda o resultado dos procedimentos adotados pela Polícia Civil mineira”, disse o MP.

    A Polícia Civil de Minas Gerais informou que o perfil genético da paciente está sendo comparado com o Banco Nacional de Perfis Genéticos.

    “Assim que o procedimento for concluído, os familiares e a imprensa serão comunicados”, disse a polícia mineira.

    Mulher não identificada vive em coma há 21 anos em hospital — Foto: Esther Radaelli/TV Gazeta
    Mulher não identificada vive em coma há 21 anos em hospital — Foto: Esther Radaelli/TV Gazeta.

    Acidente de Clarinha

    Clarinha foi atropelada em junho de 2000, no Centro de Vitória. O local e o veículo que atropelou a mulher não são exatos, segundo a polícia. Ela foi socorrida por uma ambulância e chegou ao hospital já desacordada e sem nenhum documento.

    Ao ser socorrida, a vítima foi levada para o Hospital São Lucas, na capital do Espírito Santo, e um ano depois, foi transferida para o Hospital da Polícia Militar, onde segue até hoje.

    A paciente está na enfermaria do HPM. Diariamente, ela recebe a visita de médicos e enfermeiros, como acontece com qualquer paciente nessas condições.

    O médico tenente-coronel Jorge Potratz, responsável pela paciente, foi quem escolheu o nome Clarinha.

    “A gente tinha que chamar ela de algum nome. O nome não identificada é muito complicado para se falar. Como ela é branquinha, a gente a apelidou de Clarinha”, disse Potratz à TV Gazeta, em 2016.

    A equipe considera o coma da paciente elevado.

    “A gente classifica o coma em uma escala de três a quinze pontos. Quinze é o paciente acordado e lúcido, e três é o coma mais profundo. Ela não tem nenhum contato com a gente e por isso a gente considera um coma de sete para oito”, explicou o médico.

    “Meu sentimento é de apego. Como se fosse quase uma filha, porque não tem ninguém por ela”, disse.

    Fonte: G1.

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    Sara Celestino
    Sara Celestinohttps://gazeta24horasrio.com.br
    Repórter-fotográfica, atuando na produção de conteúdo com objetivo de compartilhar a melhor informação para manter você bem-informado! E-mail. [email protected]

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