21.8 C
Maricá
sexta-feira, novembro 22, 2024
More
    InícioHistória de MaricáPrefeitura de Maricá lança com UFF programa pioneiro para revitalização de lagoas

    Prefeitura de Maricá lança com UFF programa pioneiro para revitalização de lagoas

    Data:

    Últimas Notícias

    Gated interrompe obra irregular em área de proteção ambiental na Divinéia

    Nesta quinta-feira (21/11), o Grupo de Apoio Técnico Especializado...

    Primeiro Seminário de Fotografia valoriza talentos locais

    Na próxima terça-feira (26/11), Maricá sediará o primeiro Seminário...

    Operação em Maricá resulta na apreensão de motos irregulares

    Uma operação integrada realizada nesta quarta-feira, 20, em Maricá,...

    Lagoa Viva’ atua progressivamente e propicia equilíbrio ao ecossistema da região, eliminando mau cheiro e turbidez das águas

    A Prefeitura de Maricá lança, nesta quinta-feira (26/08), o Programa Lagoa Viva, pioneiro na utilização de técnica de saneamento alternativo natural, sem química, e cujo resultado é a revitalização das águas. O primeiro passo prático será na Lagoa de Araçatiba, a maior da cidade, onde são esperados efeitos transformadores e visíveis, como a renovação do ecossistema, a eliminação do mau cheiro e a limpidez da água.

    O método da Universidade Federal Fluminense (UFF) foi desenvolvido a partir de know-how japonês, com adaptação inovadora para Maricá, a partir da parceria firmada com a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar). A tecnologia é à base de bioinsumos (microrganismos vivos), sem química, sem quaisquer efeitos danosos ao ecossistema nem às pessoas.

    “As lagoas são todas interligadas e o tratamento é global. O ataque imediato com os bioinsumos na Lagoa de Araçatiba já vai desencadear o tratamento nas outras, porque Araçatiba interfere diretamente nas demais, formando um círculo virtuoso”, informa o presidente da Codemar, Olavo Noleto.

    Biofábrica /Foto Marcos Fabrício

    Prefeitura construiu Biofábrica para produção dos bionsumos

    Os bioinsumos são produzidos em Maricá, no bairro de São José do Imbassaí, na Biofábrica construída pela prefeitura e que será inaugurada em 26/08, para realizar todo o processo da pesquisa da universidade. Compostos por um conjunto de microrganismos vivos, eles serão lançados na lagoa para “orquestrar” e organizar os microrganismos já existentes no sistema lagunar. Em formato de bolas sólidas ou em líquido, eles destroem os resíduos (lixo orgânico) nas lagoas.

    Biofábrica /Foto Marcos Fabrício

    Como funciona o processo

    O ecossistema local reúne uma parte de microorganismos bons, uma parte de nocivos e outra de neutros. Os bioinsumos vão potencializar os microorganismos neutros, ‘treinando-os’ para que trabalhem com os positivos, resultando na revitalização progressiva do ecossistema.

    Os dejetos das lagoas serão, então, transformados em novos resíduos, e estes servirão de alimento para peixes, camarões e pássaros, reativando a cadeia local.

    Biofábrica /Foto Marcos Fabrício

    Pesquisador da UFF: rios vão virar estações de tratamento

    O coordenador do programa Lagoa Viva pela UFF, o pesquisador Estefan Monteiro da Fonseca, especialista em geoquímica ambiental, explica que, até chegar à lagoa, as águas dos rios já serão tratadas.

    “O que vamos fazer é transformar os rios em estações de tratamento. Para isso, usamos pequenas matrizes, em formato de bolas ou tijolinhos de lama, mais o melaço, que não estraga, e os microrganismos. Esses microrganismos estão ‘dormindo’, e em contato com o melaço ‘acordam’ (o que chamam tecnicamente de “ativação”) e começam a “trabalhar”, diz, destacando o processo inteiramente sem química.

    O professor detalha o procedimento:

    “Lançamos as bolas repletas de microrganismos na lagoa e, a partir daí, sempre que a água com esgoto ou dejetos passar pelo rio, já levará esses microorganismos para a lagoa. Portanto, ao longo do ciclo, os rios já serão tratados e, chegando à lagoa, haverá uma autodepuração”.

    Durante todo o tempo de estudo, os pesquisadores da universidade analisaram o bioma local e desenvolveram diferentes cenários para os lançamentos dos microrganismos, sejam para os períodos pós-chuva, pré-chuva e para tratamentos de choque que venham a ser necessários. É um modelo calibrado para as condições encontradas em Maricá, para oferecer as respostas mais eficientes e sustentáveis.

    Ministério da Agricultura, Ibama e Anvisa aprovaram

    A técnica dos bioinsumos a ser utilizada em Maricá já foi analisada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento; pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA); e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Tem registros e licenças de todos esses órgãos, que comprovaram ausência de riscos para o meio ambiente.

    Exemplo do Japão, investimento e expectativa de resultados

    No Japão, onde foi criada, a técnica é largamente difundida no saneamento de cidades pequenas, que em casos particulares utilizam somente esse método para o tratamento do esgoto. E até com certa sofisticação: a depuração da água ocorre quando ela sai dos canos das casas. Assim que a pessoa aciona a descarga, um pó com microorganismos é atirado na água, que já começa a ser tratada, de maneira natural e sem química, naquele instante.

    O investimento da Prefeitura no programa Lagoa Viva é de R$ 16 milhões, parte de um conjunto de projetos de Maricá com a UFF que totalizam cerca de R$ 60 milhões. A estimativa dos pesquisadores é de que a revitalização comece a apresentar os primeiros resultados num prazo de seis meses.

    spot_imgspot_img
    Sara Celestino
    Sara Celestinohttps://gazeta24horasrio.com.br
    Repórter-fotográfica, atuando na produção de conteúdo com objetivo de compartilhar a melhor informação para manter você bem-informado! E-mail. [email protected]

    +Populares

    spot_img

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui