A nuvem de poeira gigante que se formou no interior de São Paulo e em Minas Gerais no domingo (27) é comum, diante das condições climáticas desta época do ano, e ainda pode se repetir, alerta a meteorologista Daniela Freitas, do Climatempo.
Segundo ela, o fenômeno é uma combinação da poeira acumulada ao longo de semanas de estiagem com os fortes ventos que ocorreram antes das chuvas no fim de semana.
Em Ribeirão Preto (SP), por exemplo, as rajadas chegaram perto dos 100 km/h. Na mesma região, em Pradópolis (SP), os ventos chegaram a 80 km/h.
“Todos esses núcleos intensos de chuva que acontecem de forma muito isolada estão associados a grandes rajadas de vento, grandes frentes de rajada. E foi o que aconteceu ao longo dessa tarde no interior do estado de São Paulo, também em algumas cidades do Triângulo Mineiro. Alguns núcleos de chuva se formaram e antes da chuva chegar veio toda essa frente de rajada que fez com que toda essa poeira subisse e se elevasse alguns níveis mais elevados da atmosfera”, explica.
O fenômeno foi registrado durante a tarde de domingo em cidades como Ribeirão Preto, além de municípios como Orlândia (SP), Jardinópolis (SP), além de Guaíra (SP), Morro Agudo, (SP), Viradouro (SP), e do Triângulo Mineiro.
Na região de Franca (SP), a nuvem ficou tão expressiva que encobriu prédios, inviabilizou o trânsito nas rodovias e deixou o horizonte vermelho Na região de Bauru (SP), também houve registros de nuvem de poeira antes de temporal com granizo.
Nessas regiões, além do clima seco e das umidades relativas do ar a níveis extremos em um dos invernos mais secos e quentes dos últimos nove anos, houve incêndios de grandes proporções em vegetações e plantações nas últimas semanas.
Segundo Daniela, a formação não foi exclusiva dos paulistas e mineiros, em função do clima seco que tem afetado parte do interior do país.
“Assusta todo mundo que vê essa barreira de poeira se aproximando, mas é muito comum para essa época em vista que estamos vindo de um período extremamente seco, de estiagem, várias cidades do interior do país, principalmente interior de São Paulo, Minas, Centro Oeste, interior do Nordeste, sem praticamente nenhuma chuva”, diz.
Para os próximos dias, a previsão é de que ainda seja possível essas nuvens gigantes de poeira voltarem a aparecer, diante um quadro de pancadas isoladas de precipitações.
Mas o clima deve melhorar aos poucos ao longo do mês de outubro, quando o regime de chuvas começa a ficar mais regular, assim como a umidade do ar e do solo devem aumentar.
“Agora nessa época, no fim do inverno e começo da primavera, já estamos na primavera é comum, porque o solo está muito seco, mas à medida que a gente vai caminhando para o centro da primavera e mais perto do verão é mais difícil em vista que o solo vai estar bem úmido.”
Fonte: G1.