Imagem: Reprodução de vídeo do IHGI
A história é de grande importância para todos. Ela investiga o que os homens fizeram, pensaram e sentiram enquanto seres sociais. Nesse sentido, o conhecimento histórico ajuda na compreensão do homem enquanto ser que constrói seu tempo. Para um município ou até mesmo um país é necessário ter conhecimento da sua história cultural, e quando conquista essa sabedoria é certo que a cidade evoluirá. Seguindo essa linha de raciocínio nós do Gazeta 24 horas rio criamos tema relacionado a história do município de Maricá RJ. Nessa primeira matéria que aborda sobre história da cidade vamos falar sobre a Fazenda do Bananal.
A história da Fazenda do Bananal começa em junho de 1802 quando alferes Antônio Joaquim Soares e D. Maria se casam. No mesmo ano o casal arrendou uma parte de terras em Maricá bem próximo de Ponta Negra, descobriram nesse local que mais para frente seria chamado de Bananal, e é ótimo para o plantio da bananeira-do-mato.
Anos mais tarde foram dados meia dúzia de escravos para os cônjuges dando início ao trabalho na fazenda. Inicialmente foi construído para os escravos uma casinha coberta e uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Quando estava no seu auge a fazenda possuía 200 escravos, tudo saia conforme o planejado, porém um incêndio destruiu boa parte do casarão livrando-se apenas o casal, os escravos e parte da imagem da Nossa Senhora da Conceição, mas isso não fez eles desistirem, meses depois foi levantado uma nova casa que desta vez grande e sólida com um maravilhoso conjunto arquitetônico, tendo um anexo onde nos dias atuais vive um caseiro e conta com uma capela.
Dez anos após se casarem morre o Antônio Joaquim Soares, deixando a sua esposa e seis filhos.
D. Maria Antônia Reginalda estando sozinha decidiu fazer a orientação dos inúmeros escravos. As colheitas na época eram cereais, mandioca, café, anil, banana e polvilho.
Para continuar a história o foco principal agora é o filho mais velho de Reginalda chamado Luiz Manoel de Azevedo Soares, casado com Carolina Luíza de Azevedo.
Em 1832 a fazenda é fragmentada, e um pedaço de terra para o “Bananal Pequeno”. Vale destacar que nesse local nasceu uma das figuras mais famosas de Maricá, o nome dele é Antônio Joaquim de Macedo Soares, conhecido também como conselheiro Macedo Soares.
No ano de 1873 morre a Dona Maria Antônia Reginalda, deixando filhos, netos e bisnetos.
Na linhagem de Luiz Manoel de Azevedo Soares (primogênito da Dona Maria), nasce João Evangelista de Azevedo Soares, casado com Amanda Madalena Penna de Azevedo. Amanda Penna teve uma grande ideia, ela abriu uma escola e foi considerada a primeira professora do bairro Bananal.
Em 1834, o Bananal de cima, pois o bairro tinha sido dividido, pertencia ao filho de Reginalda, Luiz Manoel.
De acordo com informações do livro Contando a História de Maricá, um dos membros da família Macedo Soares deu ao seu afilhado, Horácio Gomes Leite de Carvalho, a Fazenda do Bananal. Após o falecimento do Horácio que era filho da Lili de Carvalho, que na época era esposa do dono da Rede Globo, Roberto Marinho. Porém, a dona Lili deu a fazenda para o arquiteto Oscar Niemeyer, que fez um ótimo trabalho com as reformas que não tiravam a beleza e fator histórico do local. Atualmente a Fazenda pertence a família Niemeyer e está passando por um processo de reforma para a gravação do filme Malês.
Vale destacar que em 1985 a fazenda foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC).
Agradecimentos e informações obtidas: Contando a história de Maricá (Livro do professor e historiador Cezar Brum), moradores de Bananal e Compêndios da História de Maricá (Livro da Alexandra Lambraki).