Rio – Rodoviários de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá, na Região Metropolitana do Rio, decidiram por unanimidade em assembléia na sede social do Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) nesta quarta-feira (4), entrar em estado de greve. A medida é uma resposta à proposta patronal de reajuste de 4% nos salários, divididos em duas parcelas, em novembro deste ano e julho de 2022, e aumento de 25% sobre a cesta básica da categoria.
De acordo com o Sintronac, os trabalhadores, que estão com os salários congelados há dois anos, mantiveram a proposta definida em uma série de assembléias em setembro e outubro, que reivindica reajuste salarial imediato de 10%; aumento de 20% nas demais cláusulas econômicas do contrato de trabalho; R$ 400 para o valor da cesta básica, que atualmente é de R$ 280; comissão de 2% para os motoristas que acumulem a função com a de cobradores e instalação de cofres nos pontos finais de maior circulação.
A posição dos rodoviários será encaminhada ao sindicato patronal, o Setrerj, nesta sexta-feira (5).Ainda segundo o Sintronac, caso as empresas não melhorem a proposta, uma nova assembléia da categoria será marcada para definir a data de uma greve dos trabalhadores e a estratégia, que será adotada para a realização do movimento.
O presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira, explica que uma paralisação dos rodoviários seguirá todos os trâmites previstos na lei, com aviso de 72 horas de antecedência às empresas, aos usuários de ônibus e às autoridades públicas, incluindo a Justiça do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho (MPT).
“Não queremos a greve, que prejudicará todo mundo, trabalhadores, empresas e a população, mas também não podemos chegar a três anos com os salários congelados ou com uma proposta de aumento ínfima diante de perdas financeiras irreparáveis causadas pela inflação, que está devorando a qualidade de vida dos rodoviários e de suas famílias”, afirmou o presidente.
Na avaliação da diretoria do Sintronac, as empresas podem conceder um percentual de reajuste maior, já que reduziram a frota em circulação em até 50% e cortaram, durante a pandemia de covid-19, 30% do pessoal, o que representa cerca de 3,9 mil profissionais, mesmo participando do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm). O Sindicato explica que as companhias que aderiram ao benefício não podiam demitir trabalhadores, pois o BEm cobria parte dos salários daqueles que entraram em regime de redução de carga horária ou revezamento por escala.
Fonte: Jornal O Dia