Antes mesmo da notícia da morte da cantora Marília Mendonça ser confirmada na sexta-feira (5), a cobertura da televisão sobre o caso já era marcada por uma sucessão de erros. Desde então, foram imagens do corpo da cantora, do enterro restrito aos familiares e amigos e até exposição de artistas visivelmente abalados, como foi o caso da Luísa Sonza no “Domingão com Huck”.
Cristiana Padiglione, do F5, comenta que várias emissoras de televisão aberta cometeram diversos erros durante a cobertura do acidente que matou Marília e outras quatro pessoas. Para ela, o desafio é aliar uma boa homenagem com informações e repertório que não pareçam uma exploração do fato.
“Algumas emissoras ficaram em looping com algumas imagens, informações e erros da aeronave. Num acidente sempre há muito para buscar e a carreira da Marília também tinha muita coisa pra ser dita. A exploração começa onde não há mais informação e fica um looping de lamúrias, choros e tal.”
Segundo Padiglione, outro ponto a ser levado em conta com seriedade pelas emissoras é a apuração das informações.
“Quando você não tem informações precisas, o melhor é dizer que não tem mesmo, que não chegou nada que seja seguro de divulgar. Acho que fica a lição para a televisão. A gente tem como exemplo também o caso da morte do Gugu, que foi super bem administrado e as informações divulgadas de forma cuidadosa. São episódios que ficam de lição para estudarmos também.”
Colunista de Splash Chico Barney acrescenta que a responsabilidade da imprensa em veicular informações precisas é ainda maior diante da concorrência com os aplicativos de mensagem e redes sociais, onde circulam muitas fake news. Existem pessoas produzindo conteúdo que muitas vezes é falso e duvidoso. Isso aumenta a responsabilidade da imprensa, que faz uma cobertura profissional. É onde as pessoas vão de fato conseguir ter um equilíbrio sobre os fatos.
Fonte: Uol