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Golpes devem crescer 50% na Black Friday; veja dez dicas para evitar cair em fraudes

Black Friday — uma das datas mais esperadas pelo varejo — vem atraindo cada vez mais consumidores interessados em ofertas, especialmente nas compras pela internet. O evento deste ano está marcado para o próximo dia 26, a última sexta-feira do mês, mas as lojas virtuais já começaram a divulgar descontos nos preços de seus produtos. A aproximação da data, porém, acendeu o sinal de alerta para a possibilidade de aumento do número de fraudes e das tentativas de golpes. As ações mais comuns, alertam especialistas, são a criação de páginas falsas que simulam e-commerce, promoções fraudulentas e perfis falsos em redes sociais.

De acordo com a ClearSale, empresa especializada em soluções antifraude, essas práticas devem crescer 52% na Black Friday de 2021. Em quantidade de tentativas, em 2020, houve 22.467 pedidos fraudulentos, sendo 9.822 no dia 26 e 12.645 no dia 27. Já para 2021, a estimativa é que o e-commerce registre 34.089 pedidos fraudulentos, sendo 14.834 no dia 25 e 19.255 no dia 26.

— Nosso estudo mostra que as fraudes vão representar 0,88% dos pedidos no dia 25 de novembro e 0,50% no dia 26 de novembro. As tentativas de golpe serão altas, mas o aumento em relação aos pedidos regulares faz com que os percentuais sejam baixos em relação ao volume total — afirma Omar Jarouche, diretor de Marketing e Soluções.

Luiz Pavão, vice-presidente B2C da Infracommerce, explica que o simples acesso a um link enviado por mensagem pode ser suficiente para que o consumidor tenha seus dados vazados, especialmente de plataformas de compras, como cartão de crédito e CPF:

— Ficar atento aos links enviados e compartilhados pelos grupos de mensagens é importante para evitar ter cartões e dados clonados. Outro ponto que vale ter atenção especial é que a maioria dos sites e dos aplicativos dá uma pontuação para o vendedor com base nas avaliações dos próprios compradores. Então, antes de fechar a compra, é essencial que os consumidores olhem para isso — recomenda Luiz Pavão.

Mais de R$ 2,5 bilhões contra fruades

Embora as tentativas de golpes ou fraudes ocorram durante todo o ano, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alerta que quadrilhas aproveitam o momento de euforia com o grande volume de ofertas para aplicar golpes, especialmente usando a tática da engenharia social, que consiste na manipulação do usuário para que ele lhe forneça informações confidenciais e para o roubo de dados pessoais.

— O consumidor deve redobrar os cuidados para fazer suas compras. Nesta época do ano, são comuns as abordagens de criminosos com páginas falsas que simulam e-commerce; as promoções falsas enviadas por e-mails, SMS e mensagens de WhatsApp; e a criação de perfis falsos que investem em mídia para aparecer em páginas e stories de redes sociais — afirma Adriano Volpini, diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da Febraban.

Segundo dados da entidade, as instituições financeiras investem cerca de R$ 2,5 bilhões em sistemas de tecnologia da informação voltados para segurança, valor que corresponde a cerca de 10% dos gastos totais do setor com essa área.

De acordo com Pedro Thompson, diretor do Hurb, o consumidor deve pesquisar os produtos e entender se os descontos ofertados realmente condizem com seus anúncios.

— Os usuários precisam verificar os canais de relacionamento com o cliente e a política de reembolso e cancelamento, que são disponibilizadas pelos sites. Isso pode evitar alguma dar dor de cabeça posterior à compra.

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Empresas também têm responsabilidade

Para advogada e CEO da startup Dados Legais, Luiza Leite, as empresas também têm sua responsabilidade e precisam redobrar o cuidado quanto ao cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

— As empresas devem se preparar para agir com transparência, de acordo com os princípios da lei, deixando claro aos consumidores como seus dados pessoais estão sendo manuseados, qual a finalidade e o destino do tratamento destes dados —  afirma Leite.

Ela ressalta ainda a garantia da segurança nas transações que envolvam dados pessoais. Para isso, ter uma boa política de segurança da informação é essencial. Assim, é possível evitar fraudes e que os dados dos consumidores imputados nas plataformas sofram vazamentos.

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A advogada lembra ainda que é importante estar atento para a coleta somente de dados pessoais essenciais à operação de compra e venda. Ou seja, quando o consumidor acessa determinada loja e se cadastra para comprar um produto, somente os dados necessários para que as empresas façam a operação devem ser solicitados.

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