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Operação no Complexo do Salgueiro teve mais de 1.500 tiros disparados por policiais

Os registros de ocorrência da operação policial que deixou nove mortos no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na semana passada, mostram que a polícia disparou mais de 1.500 tiros na ação. As informações são do“Fantástico”, da Rede Globo, que teve acesso aos documentos.

Nos registros de ocorrência, as equipes do Bope narraram que os disparos de arma de fogo foram feitos como último recurso, porém de extrema necessidade em função do poder bélico dos criminosos, e que não tinham sequer informações de feridos.

Em um dos registros, consta a quantidade de disparos feitos por policiais militares: 22 PMs atiraram 1.514 vezes. Considerando que toda a ação levou 35 horas, significa que foi disparado, pelo menos, um tiro a cada minuto e 18 segundos.

Os documentos também mostram que, na delegacia, os próprios policiais afirmaram que três cabos e um sargento foram responsáveis por quase 600 tiros (588). Os PMs também relataram em seus depoimentos a apreensão de drogas, rádios comunicadores e uma espingarda.

Já em outro registro, também feito por policiais militares, não há informações de tiros e constam mais apreensões de drogas, rádios transmissores, munição e duas pistolas.

Em um terceiro registro, que não foi feito pelos PMs, um policial civil da Delegacia de Homicídios afirmou que só soube dos corpos encontrados no manguezal 13 horas depois do fim da operação e que os moradores apontavam os policiais militares como possíveis executores. A motivação, segundo eles, seria a suposta vingança pela morte de um colega de farda. O agente disse ainda que a cena do crime estava desfeita e que não havia testemunhas nem câmeras na região.

Após a operação, nove corpos foram retirados de um mangue por moradores da comunidade. Devido aos tiroteios, estudantes que fariam o Enem no dia 21 perderam a prova. Ontem, depois de muitos apelos, o Inep, responsável pela aplicação do exame, informou que os candidatos prejudicados vão poder pedir a reaplicação do Enem.

Fonte: Jornal O Extra

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