As imagens registradas são impressionantes. Em questão de segundos, um grande volume de lama e detritos de mineração passam por cima e pelos lados da estrutura, formando um desfiladeiro até tomar a rodovia.
A lama de rejeitos reservada pela estrutura invadiu a BR 040, que liga BH ao Rio de Janeiro, atingiu veículos que passavam pela rodovia e deixou um ferido.
O governo de Minas Gerais notificou em R$ 288,6 milhões a Vallourec por danos ambientais causados após o dique de contenção de sedimentos transbordar.
A notificação do governo mineiro determina que sejam suspensas imediatamente as atividades relacionadas à pilha Cachoeirinha e ao dique Lisa, até que a empresa comprove a estabilidade das estruturas, afetadas pelas fortes chuvas que atingem o estado.
A mineradora tem até 20 dias para apresentar sua defesa aos órgãos ambientais ou efetuar o pagamento da multa.
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O auto de infração foi recebido pela Vallourec na noite de segunda-feira (10) e indica que a mineradora francesa foi autuada por “causar intervenção de qualquer natureza que resulte em poluição, degradação ou dano aos recursos hídricos, às espécies vegetais e animais, aos ecossistemas ou ao patrimônio natural ou cultural, ou que prejudique a saúde, a segurança e o bem-estar da população”.
“A empresa foi considerada reincidente, pois em 2020 foi multada por descumprir prazos de envio de documentação relativa às barragens de água. Isso fez com que o valor da multa fosse dobrado, nos termos da legislação”, disse o superintendente de Fiscalização da Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), Alexandre Leal.
Entre os impactos ambientais visíveis e imediatos, segundo a Fundação Estadual do Meio Ambiente Feam ), estão a degradação da paisagem, poluição de corpos hídricos, com o aumento dos sólidos em suspensão, além da potencial mortandade de peixes e supressão e degradação de habitats aquáticos e ripários.
Por meio de nota, a Vallourec confirmou o recebimento do auto de infração e está analisando o teor do documento pelas áreas técnicas.
A companhia francesa disse ainda que a ANM autorizou a reclassificação do nível de emergência do dique de 3 para 2, um patamar de menor risco. A empresa complementou que segue operando de acordo com a legislação vigente e orientada pelos entes fiscalizadores e reguladores.
Fonte: A Gazeta.