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Indústria brasileira pode produzir até 10 milhões de autotestes por mês

Os primeiros autotestes de antígeno para Covid-19 devem começar a chegar no mercado brasileiro a partir de março. A previsão de início da comercialização é da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL).

De acordo com o presidente da entidade, Carlos Eduardo Gouvea, até fevereiro, a resolução que regulamenta a produção e a venda dos autotestes no país deve ser publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em caráter emergencial.

Atualmente, a indústria farmacêutica nacional tem capacidade para fabricar até 10 milhões de autotestes para Covid-19 por mês.

Nesta quinta-feira (13), o Ministério da Saúde encaminhou à Anvisa uma Nota Técnica solicitando a autorização do uso de autoteste para Covid-19. O público-alvo, de acordo com o documento, é qualquer indivíduo, sintomático ou assintomático, independentemente do estado vacinal ou idade, que tenha interesse em realizar a autotestagem.

No pedido de avaliação, o Ministério da Saúde afirma que “com a circulação de novas variantes, em especial da Ômicron, o uso desse tipo de teste de diagnóstico rápido pode ser uma excelente estratégia de triagem, uma vez que o indivíduo pode iniciar rapidamente o isolamento dos casos positivos e assim interromper a cadeia de transmissão da doença”.

De acordo com as normas estabelecidas na Nota Técnica, caso o resultado seja positivo a orientação é que o indivíduo procure atendimento em uma unidade de saúde ou teleatendimento para confirmação de diagnóstico e posteriormente notificação nos sistemas oficiais do Ministério da Saúde.

No caso do resultado for negativo e os sintomas persistirem, a orientação é procurar atendimento médico para avaliação do diagnóstico. Além disso, caberá ao farmacêutico orientar o autoisolamento em casos positivos, além da testagem de outras pessoas próximas que tenham tido contado com o indivíduo infectado.

Hoje, a indústria farmacêutica nacional possui capacidade de produzir até 10 milhões de autotestes para Covid-19, por mês, segundo Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL). Além disso, outras empresas multinacionais com representação no Brasil, também poderão suprir a demanda no mercado, assim que houver a liberação por parte da Anvisa.

“Se ela (Anvisa) fizer essa discussão agora, ainda durante o mês de janeiro e em fevereiro publicar a nova resolução, eu diria que em menos de 30 dias já seria possível ter os primeiros autotestes no mercado” afirmou o presidente da CBDL, Carlos Eduardo Gouvea.

Nas próximas semanas, os técnicos da agência devem convocar alguns representantes da indústria farmacêutica, sociedade médica e o próprio Ministério da Saúde, para discutir as normas propostas pelo Governo. A expectativa é de que a resolução seja publicada em caráter emergencial.

“Muito provavelmente, a Anvisa vai fazer um processo acelerado, como fez em março de 2020, para criar uma regulamentação em caráter excepcional e emergencial” – disse Gouvea.

No Brasil, o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (Fiocruz/Tecpar) e Bio-Manguinhos possuem tecnologia e capacidade de instalada de produção dos autotestes. Os dois centros já fabricam testes de antígeno rápido, que são disponibilizados para a população através do Sistema Único de Saúde (SUS).

Esta semana, diante do aumento de quase 100% na procura por testes de detecção da Covid-19 na rede privada nos primeiros dias de janeiro, os representantes de laboratórios de medicina diagnóstica e de redes hospitalares do país passaram a priorizar pacientes com sintomas graves ou que tenham alto risco de contrair a doença. Além de grávidas e pessoas que serão submetidas à cirurgia.

Somente entre os dias 3 e 8 de janeiro de 2022, 240 mil testes de detecção da Covid-19 foram feitos em laboratórios privados do país, um aumento de 98% em relação à semana do Natal (20 a 26 de dezembro de 2021), segundo a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica.

Com a aprovação da autotestagem, o objetivo do Ministério da Saúde é ampliar a identificação das pessoas contaminadas e assim reduzir a disseminação do vírus SARS-Cov-2.

Até a publicação desta reportagem, a Anvisa ainda não tinha registrado no sistema o recebimento da nota técnica do Ministério da Saúde.

 

Fonte: CNN Brasil.

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