O centro de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, foi alvo de um ataque a míssil na manhã desta terça-feira (1º/03), sexto dia da invasão russa no país.
Um prédio do governo regional, localizado no coração da Praça da Liberdade, foi atingido pela explosão.
O número de vítimas ainda é incerto, mas de acordo com as equipes de resgate, pelo menos 10 pessoas morreram; e as autoridades ucranianas dizem que dezenas ficaram feridas.
Na foto abaixo, você pode ver os socorristas removendo os destroços do prédio administrativo que foi atingido. Cerca de 10 pessoas foram retiradas dos escombros, de acordo com o Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia.
Um teatro de ópera e uma sala de concertos, localizados na Praça da Liberdade, também foram atingidos por mísseis e foguetes russos.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia tuitou um vídeo da explosão na Praça da Liberdade e acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de crimes de guerra.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou, por sua vez, os ataques a Kharkiv como “terrorismo de Estado”.
Dezenas de mortes de civis já haviam sido reportadas após o bombardeio da cidade na segunda-feira. E, de acordo com Zelensky, há relatos de testemunhas de civis sendo deliberadamente alvejados.
Há relatos ainda de que o centro regional de Kherson, no sul da Ucrânia, está cercado por tropas russas.
A cidade, localizada perto da Crimeia, controlada por Moscou, foi alvo de um ataque terrestre no início desta manhã, de acordo com testemunhas.
“A cidade está realmente cercada, há muitos soldados russos e equipamentos militares por todos os lados, eles montaram postos de controle nas saídas”, disse a jornalista Alena Panina, de Kherson, à emissora nacional Ukraine 24.
Nesta madrugada, as autoridades ucranianas confirmaram também que pelo menos 70 soldados foram mortos no domingo em um ataque de artilharia russa na base militar de Okhtyrka, na região de Sumy, que está atualmente sob cerco das tropas russas.
A foto abaixo foi compartilhada pela autoridade local da região de Sumy, Dmytro Zhyvytskyi. E mostra os esforços dos socorristas tentando encontrar sobreviventes em meio aos escombros.
Enquanto isso, um enorme comboio de blindados russos, com cerca de 65 km de comprimento, avança em direção à capital, Kiev, conforme revelaram imagens de satélite divulgadas na noite de segunda-feira.
Fotos tiradas antes do meio-dia na Ucrânia mostram unidades militares russas perto do aeroporto de Antonov, a cerca de 27 km do centro da capital.
De acordo com a Maxar Technologies, empresa de imagens de satélite que divulgou as fotos, o comboio tem quase 65 km de extensão e “contém centenas de veículos blindados, tanques, artilharia rebocada e veículos de apoio logístico”.
A Maxar divulgou inicialmente uma estimativa de que a fila de veículos tinha 27 km, mas corrigiu a informação horas depois.
A capital permanece nas mãos da Ucrânia, mas segue sendo duramente atacada.
À medida que o conflito se aproxima dos centros urbanos, o ministério da Defesa da Ucrânia divulgou em sua conta no Twitter um infográfico destacando os pontos vulneráveis dos veículos militares russos, indicando os locais que poderiam ser alvo dos coquetéis molotov preparados pelos civis.
Na véspera, representantes da Rússia e da Ucrânia realizaram seu primeiro encontro desde o início do conflito para discutir um armistício entre os dois países — mas as negociações não avançaram.
Veja, a seguir, os acontecimentos mais recentes e importantes do conflito.
Ucrânia vai vender ‘títulos de guerra’ para financiar Forças Armadas
O governo da Ucrânia disse que planeja vender títulos a partir desta terça-feira para financiar suas Forças Armadas, enquanto elas defendem o país da invasão russa.
Pelo Twitter, o Ministério das Finanças da Ucrânia informou que cada título de um ano teria um valor nominal de 1.000 hryvnias, moeda local (cerca de US$ 33,27) e a taxa de juros oferecida aos investidores seria “determinada no leilão”.
“Os rendimentos dos títulos serão usados para atender às necessidades das Forças Armadas da Ucrânia”, acrescentou.
Negociações para cessar-fogo terminam sem decisão
O primeiro encontro entre as delegações russa e ucraniana ocorreu sem muita expectativa de acordo — cenário que, de fato, se concretizou.
Após a reunião, realizada em Belarus — país vizinho considerado aliado da Rússia —, representantes russos declararam que ambos os lados se comprometeram a manter o diálogo aberto e se reunir novamente “em alguns dias”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, havia dito que seu país exigiria um cessar-fogo e a retirada das tropas russas do seu território.
O Kremlin, por sua vez, que não antecipou sua posição – os negociadores russos falaram apenas em fechar um acordo que fosse do interesse de ambos os lados.
Fonte: BBC News