Foto: Clarildo Menezes
A Prefeitura de Maricá lançou nesta terça-feira (08/03) a pedra fundamental da segunda Horta Pública Comunitária do município, no bairro Cordeirinho. São 12 lotes, numa área de 19 mil m² – o terreno é maior que dois campos de futebol com medida oficial –, para plantação de produtos orgânicos por 12 agricultores permissionários.
“Nosso objetivo é incentivar cada vez mais a produção de alimentos agroecológicos, sem agrotóxicos e mais saudáveis, para a nossa população. Além disso, a horta comunitária possibilita geração de renda extra familiar para quem quiser comercializar sua produção”, explicou o vice-prefeito Diego Zeidan, durante solenidade de lançamento da horta em Cordeirinho.
O programa destina áreas públicas para cultivo agroecológico pela comunidade, com montoramento de técnicos da Prefeitura. A primeira horta foi criada no bairro Manu Manuela, em março de 2017.
Por enquanto, não há uma data prevista para o início do plantio na Horta Comunitária de Cordeirinho, pois a Secretaria de Economia Solidária e a Secretaria de Agricultura Pecuária e Pesca aguardam a finalização da documentação dos terrenos e dos permissionários.
Troca de experiências
“O pessoal de Cordeirinho fez questão de visitar a horta do Manu Manuela para sanar as dúvidas. Essa troca é fundamental. O principal critério para usufruir a terra é a produção. Se a pessoa não colocar a terra para produzir, cumprindo essa obrigação primária, vai perder o direito de usá-la”, explicou o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca, Julio Carolino.
O secretário de Economia Solidária, Adalton Mendonça, ressaltou que a horta comunitária é um dos projetos que engloba a soberania alimentar. “Parece um pequeno passo, mas faz parte de um grande projeto. Mais à frente, vamos oferecer para mais escolas o que plantamos aqui. O futuro do mundo passa pela alimentação saudável, sem agrotóxico e sem pesticidas”, declarou.
Cerimônia simbólica
Em ato simbólico de instalação da placa da horta comunitária, foram distribuídos kits com calcário, banana desidratada, rama de aipim e sementes de feijões. O programa integra as secretarias de Economia Solidária, Agricultura Pecuária e Pesca, além da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar).
Antes de receber os lotes, de aproximadamente 400m² cada, os permissionários passaram por um curso de capacitação em agroecologia oferecido gratuitamente pela Prefeitura.
População recebe terra para plantio
O permissionário que recebeu o kit de cultivo, José Luis da Silva, de 78 anos, aprova a iniciativa da Prefeitura. “Nasci da terra e quero viver mexendo nela. A iniciativa é ótima porque o custo é zero. Fui no mercado para comprar cheiro-verde e o preço estava altíssimo. Se temos o produto no nosso bairro, por que vamos comprar fora? Pelo contrário, vamos servir a quem não tem”, disse.
Moradora há 10 anos no bairro Guaratiba, a aposentada Aduni Benton, se sente realizada em receber gratuitamente o espaço para plantar. “Esse é um sonho de infância. Sempre falei em comprar um terreno em Bambuí só para plantar couve, alface e cenoura, mas a Prefeitura me deu esse presente ao disponibilizar um terreno para que possamos plantar e ainda revender o excedente, para termos um pouco de renda extra”, destacou.
Praças Agroecológicas
Maricá tem também praças agroecológicas nos bairros Parque Nanci, Araçatiba, Itapeba e Guaratiba. A diferença para as hortas comunitárias é o tamanho. As praças possuem até 36 canteiros, em uma área média de 2 mil m², onde são produzidas hortaliças, legumes, verduras, ervas e frutas. A colheita vai para os próprios moradores.