A Prefeitura de Maricá inaugurou, nesta sexta-feira (11/03), a primeira Agência de Coleta Seletiva do município – um centro de câmbio da reciclagem e compensação financeira aos coletores ou população em geral. O espaço faz o descarte correto de materiais prejudiciais ao meio ambiente e paga por eles em Real pelo aplicativo E-dinheiro, por cada quilo de resíduo entregue. O valor recebido só pode ser utilizado dentro do município, no comércio local credenciado para receber a Moeda Social Mumbuca.
A agência, localizada na Rua 107, em Cordeirinho, funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e recebe plástico, papel, papelão, sucata ferrosa ou não ferrosa, além de óleo de cozinha. O espaço recebe material de qualquer pessoa, habitante ou não de Maricá. Para receber o valor referente à coleta, a pessoa deve ter conta no aplicativo E-dinheiro ou realizar o cadastro pela plataforma online no momento da entrega dos resíduos.
“O lançamento dessa agência é um elemento de ampliação da política de sustentabilidade de Maricá, em diálogo com a Moeda Mumbuca, catalisadora do êxito das políticas sociais locais. Esse é um elemento prático e transformador, alterando o modo que a população interage e enxerga o meio ambiente. Ações como essa, unidas ao empenho individual, são essenciais para assegurar a sustentabilidade do planeta e o futuro das próximas gerações”, afirmou o prefeito de Maricá, Fabiano Horta.
Tecnologia de ponta
O material entregue é rastreado por meio da utilização da tecnologia blockchain – uma base de dados com registro permanente – ao longo de toda a cadeia, desde o beneficiamento até a transformação em uma nova embalagem. A agência também oferece remuneração bônus de 0,35 reais aos coletores cadastrados por quilo de plástico vendido, uma parceria com a empresa social canadense Plastic Bank, que reutiliza o material para produção de garrafas pet. A previsão é que, em breve, o distrito de Itaipuaçu também ganhe uma Agência de Coleta Seletiva.
“Na agência de Cordeirinho, transformaremos resíduos prejudiciais em renda, o que beneficia demais o meio ambiente e fomenta a preservação ambiental. A expectativa é que, em breve, possamos implantar a coleta seletiva no município, processo que é fortalecido por essa parceria”, acrescentou o secretário de Cidade Sustentável, Helter Ferreira.
A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria de Cidade Sustentável de Maricá, a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS) e a Associação de Recicladores do Estado do Rio de Janeiro (ARERJ).
Coletores comparecem ao espaço de referência
Um dos coletores que participou do primeiro dia de atividades na agência foi o Wallace Lima, que também é maquiador. Morador de Cordeirinho e envolvido em projetos ambientais, ele reforça a importância de ter um espaço como esse no município.
“Os moradores da região frequentemente despejam lixo no terreno da Horta Comunitária de Cordeirinho e, por isso, realizo a limpeza frequente daquele local. Com esse espaço, posso trazer todo o material reciclável que coleto. Isso é excelente! É um meio de limpar um local de uso coletivo da população e também trazer recursos financeiros aos moradores”.
O secretário do Estado de Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha, disse que a iniciativa vai ampliar as políticas ambientais em um município em franco desenvolvimento como Maricá.
“O Governo do Estado trouxe uma ação importante para Maricá, o que é motivo de comemoração, fortalecendo as políticas sociais já adotadas pelo município. Isso simboliza a preservação ambiental e traz renda, dignidade e cidadania à população da cidade”, destacou.
Cadastro: Os coletores interessados ou população em geral, sendo moradores de Maricá ou não, podem se cadastrar pelo aplicativo E-dinheiro, disponível para sistema operacional Android e IOS, nas lojas virtuais de app.
A PLASTIC BANK
A Plastic Bank, empresa social canadense que ajuda a impedir que o plástico polua os oceanos, ampliou seu ecossistema de reciclagem no Rio de Janeiro e acaba de chegar à Maricá, com a inauguração, nesta sexta-feira (11), da Agência de Coleta Seletiva de Cordeirinho. Em parceria com a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS), a Prefeitura de Maricá e a Associação de Recicladores do Estado do Rio de Janeiro (ARERJ), a empresa vai oferecer remuneração bônus aos coletores por quilo de plástico vendido no local. Por meio da tecnologia blockchain, o material entregue é rastreado ao longo de toda a cadeia, até o beneficiamento e a transformação em uma nova embalagem.
A Plastic Bank bateu recentemente a marca de 2 bilhões de garrafas PET – ou seja, mais de 40 milhões de quilos de plástico – coletadas para reciclagem ao redor do mundo. A empresa atua no Brasil desde 2019, onde já impediu que quase 2 milhões de quilos de plástico chegassem aos oceanos. O objetivo é revolucionar os ecossistemas de reciclagem em comunidades costeiras, evitando que uma grande quantidade de material polua mares, rios e outros corpos hídricos, reintroduzindo o plástico na cadeia produtiva e gerando impacto social positivo.
O trabalho no Brasil começou no Rio de Janeiro, onde a Plastic Bank já fechou parcerias com mais de 30 pontos de coleta seletiva. Hoje, são cerca de 3 mil coletores registrados no programa, que está em expansão para São Paulo e para o Espírito Santo.
– Estamos muito felizes com a parceria com a Prefeitura de Maricá e a SEAS, o que viabiliza a expansão do nosso ecossistema no estado do Rio. Maricá é um ponto estratégico para a implementação de iniciativas de reciclagem, pela sua biodiversidade e pela comunidade, que tem tanto a ganhar com a destinação correta dos resíduos. A inauguração da agência é mais um passo em direção à circularidade do plástico e ao desenvolvimento da economia local – afirma a Diretora Geral da Plastic Bank no Brasil, Helena Pavese.
Na Agência de Coleta Seletiva de Cordeirinho, os trabalhadores que se cadastrarem no aplicativo da empresa vão receber cerca de R$ 0,35 de bônus por quilo de plástico entregue para reciclagem. Durante a inauguração do ponto, a Plastic Bank entregou a bonificação a coletores de Maricá que já participavam do programa. No município, todos os pagamentos serão feitos por meio da fintech E-dinheiro, que fechou um convênio com a empresa para ser o meio de pagamento dos bônus dos coletores da região.
A plataforma de blockchain da Plastic Bank, desenvolvida em parceria com a IBM, protege todas as transações e possibilita a visualização de dados em tempo real, garantindo transparência, rastreabilidade e escalabilidade ao processo de reciclagem do plástico. Como resultado, todo o material coletado se torna o chamado Plástico Social, que, após o beneficiamento, pode ser rapidamente reintegrado em novos produtos, como parte de uma cadeia circular de suprimentos.
– A possibilidade de acompanhar todas as transações, desde a origem e com o suporte da blockchain, e os benefícios para as comunidades é o que viabiliza o selo do Plástico Social. Isso porque qualquer pessoa consegue, mediante uma checagem de dados no sistema, ver todos os atores da cadeia e confirmar que o material que está sendo comercializado provém do ecossistema de reciclagem da Plastic Bank – explica Helena.