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    Covid: quantos dias de isolamento são indicados

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    Foto: Getty Images

    Quem está com sintomas típicos de covid ou recebeu diagnóstico positivo deve ficar em isolamento, restringindo ao máximo o contato com outras pessoas, por pelo menos sete dias.

    Essa é a recomendação da maioria das entidades de saúde e dos médicos que trabalham na área.

    A medida é necessária para cortar as cadeias de transmissão do vírus e evitar a transmissão do patógeno para outros indivíduos — especialmente para aqueles que podem desenvolver as formas graves da doença, relacionadas à hospitalização, intubação e morte.

    Mas esse tempo de quarentena pode ser maior ou menor, a depender de uma série de características e condições individuais.

    Em algumas situações, cinco dias de isolamento podem ser aceitáveis. Em outras, é importante esperar até o décimo dia e monitorar a evolução dos sintomas.

    Outra recomendação importante: depois de um resultado positivo, não é recomendável fazer testes rápidos todos os dias para ver se é possível sair da quarentena antes do prazo estipulado.

    Entenda quais são as recomendações básicas de isolamento e os pontos que ajudam a definir se esse período em casa pode ser abreviado — ou ampliado.

    O que fazer na prática

    Podemos resumir todas as orientações e ponderações em três cenários principais, com isolamentos de cinco, sete e dez dias, de acordo com as informações mais recentes disponibilizadas pelo Ministério da Saúde.

    Primeiro cenário: você está com sintomas típicos de covid ou fez um teste e o resultado deu positivo? Inicie o isolamento imediatamente.

    Você pode conferir quais são os sintomas mais frequentes de covid na reportagem abaixo. E é importante iniciar o isolamento assim que eles aparecem — mesmo se você tiver um primeiro resultado negativo no teste (ou ainda não tiver feito o exame).

    A duração desse isolamento depende de alguns critérios:

    Isolamento de cinco dias

    • Indicado para quem não está com sintoma nenhum e não tem contato com pessoas de alto risco para as formas graves da covid (como idosos e imunossuprimidos).
    • Após completar o quinto dia, se você estiver se sentindo bem, não está com febre e nem fez uso de remédios antitérmicos (que controlam a temperatura corporal, como ácido acetilsalicílico, dipirona, ibuprofeno e paracetamol) nas últimas 24 horas, faça um novo teste.
    • Se o resultado der negativo, você está liberado.
    • Se o resultado der positivo, siga em isolamento por mais cinco dias.

    Isolamento de sete dias

    • Indicado para quem está com sintomas de covid leves e moderados.
    • Após o sétimo dia completo desde o início dos sintomas ou do teste positivo, faça uma avaliação: se você está se sentindo bem, não está com febre e nem fez uso dos remédios antitérmicos nas últimas 24 horas, está liberado do isolamento.
    • Nesse caso, não há necessidade de fazer um teste de novo ao final da quarentena.

    Isolamento de dez dias

    • Indicado para quem convive com pessoas que apresentam alto risco de desenvolver formas mais graves de covid (como idosos e imunossuprimidos).
    • Se você ainda estiver com sintomas no sétimo dia, faça um novo teste rápido ou o RT-PCR.
    • Se o resultado desse teste der positivo, mantenha o isolamento até o décimo dia.
    • Se o resultado der negativo e os sintomas melhorarem (e não há febre ou uso de antitérmicos nas últimas 24 horas) é possível sair do isolamento.

    Como as orientações se modificaram

    No início da pandemia, a recomendação geral era que os pacientes com covid ficassem isolados por até duas semanas.

    “Com o passar do tempo e o avanço da vacinação, a taxa de letalidade da doença diminuiu”, observa a infectologista e virologista Nancy Bellei, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

    “E também não podemos ignorar o fato de que precisamos das pessoas para o funcionamento da sociedade, do transporte público e dos hospitais, então essa janela de isolamento foi reduzida aos poucos.”

    “Hoje em dia, cinco a sete dias é um tempo de restrição de contato aceitável em algumas situações”, complementa a especialista, que também integra a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

    Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda um isolamento de sete dias para casos leves e moderados de covid.

    A pessoa ficaria liberada para sair a partir do oitavo dia, “desde que não apresente sintomas respiratórios e febre há pelo menos 24 horas e sem o uso de [remédios] antitérmicos”.

    Já o serviço de saúde pública do Reino Unido orienta que pessoas com sintomas típicos de covid ou que testaram positivo fiquem em casa e evitem interagir com outros indivíduos por cinco dias.

    “É importante também evitar contato com pessoas que têm alto risco por 10 dias, mesmo que elas estejam vacinadas.”

    Em indivíduos de alto risco, como idosos e pacientes com o sistema imunológico comprometido, o coronavírus pode provocar casos mais graves, que necessitam de internação e aumentam o risco de morte.

    Caso precise sair de casa nesse período por algum motivo, a orientação é sempre usar máscaras de qualidade e não passar por lugares com aglomeração ou pouca circulação de ar, justamente para evitar a transmissão do vírus.

    Por ora, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda pede que pessoas com covid fiquem em casa por dez dias.

    ‘Bom senso’

    Bellei salienta que o tempo ideal de isolamento deve seguir uma série de critérios.

    “E o primeiro fator decisivo nessa conta é o bom senso”, diz.

    Vamos a alguns exemplos práticos: se você está com covid e interage no dia a dia com pessoas mais velhas ou que têm problemas imunológicos, é melhor respeitar a quarentena de dez dias pelo menos.

    “Agora, se você só lida com gente jovem, que está vacinada e já teve covid, é possível diminuir para sete ou eventualmente até cinco dias”, orienta a médica.

    “Tudo é uma questão de probabilidade e risco, que devem ser medidos individualmente.”

    Bellei alerta que estipular um prazo genérico, em que todo mundo pode sair do isolamento depois de cinco dias, representa um perigo.

    “Não temos dados para dar suporte a essa afirmação. Algumas pesquisas mostram que 50% dos pacientes ainda carregam partículas virais depois do quinto dia”, alerta.

    Outro fator que pesa na hora de decidir o tempo de isolamento é a evolução dos sintomas.

    “Quem tem febre e tosse costuma apresentar uma carga viral maior e excretar vírus por mais tempo em comparação a um indivíduo que teve poucos ou quase nenhum incômodo”, compara Bellei.

    Ou seja: se passados cinco ou sete dias da infecção você continuar a apresentar os sintomas típicos da covid (tosse, espirros, nariz escorrendo, febre…) vale restringir o contato por alguns dias a mais.

    “Podemos dizer com certa segurança que depois do décimo dia de início dos sintomas você não vai mais transmitir o vírus adiante”, aponta a infectologista.

    Testes todos os dias?

    Por fim, não há necessidade de ficar fazendo testes rápidos todos os dias após um diagnóstico positivo.

    Eles podem ser úteis para liberar um indivíduo da quarentena a partir do quinto ou do sétimo dia — desde que seja respeitado o passo a passo mencionado anteriormente.

    “Os testes não foram feitos para determinar se alguém ainda pode transmitir o vírus ou não”, esclarece Bellei.

    “E temos que considerar aqui o risco de erros na hora de fazer o exame ou até mesmo na forma como os resultados são interpretados por cada um”, complementa.

    É normal que, nos testes rápidos de antígeno, o segundo tracinho (aquele que confirma o diagnóstico de covid) fique mais claro com o passar dos dias. Mas o “sumiço” dele antes do prazo de sete ou dez dias não elimina o risco de a pessoa estar com o patógeno e transmiti-lo adiante.

    Na dúvida, vale sempre contar com o apoio de um profissional da saúde, que pode avaliar o caso e passar orientações mais personalizadas.

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    Alexandre R. Ducoff
    Alexandre R. Ducoff
    Formado em jornalismo no ano de 2020. Já trabalhei como fotógrafo e cinegrafista no Atitude Video Art, fotógrafo no Estúdio Novo Olhar, redator do informe-se, repórter do M1newstv Maricá Noticiais e criador de conteúdo da CEIC. Atualmente trabalho como redator, editor e cinegrafista no Gazeta 24 Horas News.

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