A Prefeitura de Maricá vai iniciar nos próximos dias uma revitalização da Casa de Darcy Ribeiro, que vai transformar o local em Cordeirinho, na região litorânea da cidade, em uma casa-museu e um museu digital. Nesta sexta-feira (1º/07), uma solenidade com a presença do prefeito Fabiano Horta marcou o início das intervenções na construção idealizada por Oscar Niemeyer, que agora recebe projeto do renomado arquiteto Gringo Cardia.
No terreno ao lado da casa, na Rua 119, será construído um anexo que vai abrigar um auditório, uma biblioteca e um café, recebendo o nome da esposa de Darcy, Berta Gleizer. A previsão é que as intervenções, sob responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), sejam entregues até o fim do ano.
De acordo com a Diretoria de Economia Criativa e Sustentável da companhia, o interior da casa erguida há cerca de 30 anos vai receber painéis digitais onde serão mostradas a vida e a obra do antropólogo, historiador, sociólogo, escritor e político, que finalizou ali seu mais famoso livro, “O Povo Brasileiro”, além de viver parte de seus últimos dias. Na programação das obras está prevista também a implantação de acessibilidade na construção e um deck interligando-a com a futura Praça da Utopia e com outra casa-museu na rua ao lado, a da sambista Beth Carvalho, cujo projeto está sendo elaborado.
Segundo Fabiano Horta, a Casa de Darcy Ribeiro (cujo centenário será celebrado em outubro) é parte de um conjunto de ações que resgatam o valor da cultura trazida por personalidades que, como ele, frequentaram a cidade: Beth Carvalho, o jornalista João Saldanha e a cantora Maysa. “O Brasil nunca precisou tanto de Darcy Ribeiro vivo como agora, refletindo tanto sobre os povos indígenas quanto sobre o alcance da educação, e é muito importante deixar vivo esse legado. Aqui vamos ter muita interatividade para atrair cada vez mais pessoas, que virão conhecer e se inspirar no seu exemplo”, avaliou o prefeito.
A cerimônia contou com a participação de alunos da rede municipal de ensino e do coral da aldeia indígena Mata Verde Bonita, de São José de Imbassaí, que se apresentaram duas vezes e exibiram seu artesanato. Os membros ainda foram chamados ao palco principal pelo presidente da Codemar, Olavo Noleto, que abriu as falas das autoridades dizendo que era exatamente isso que Darcy faria se ali estivesse. Segundo ele, a revitalização da casa vai consolidar Maricá como um lugar no mundo a ser visitado.
“Esse espaço vai sediar a história e o espírito deste homem, que nos deixou o legado de uma das maiores obras já escritas no Brasil. Para nós, é um grande orgulho fazer parte desta história. Com as outras casas-museu que estão a caminho, como as de Beth Carvalho e de Maysa, Maricá vai se transformar em um grande museu a céu aberto”, projeta Olavo.
Para o presidente do Instituto Darcy Ribeiro, José Ronaldo da Cunha, Maricá vai passar a ser um farol do pensamento de Darcy com esta obra, que ele considera fundamental para colocar seu conhecimento em pauta. “Aqui vai virar um espaço de referência que vai projetar e reverberar o pensamento dele. Este será um lugar vivo, um museu para pensar o futuro e pensar o Brasil. Com isso, Maricá se torna de vez uma referência da utopia”, finalizou.