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    Mãe e padrasto são presos suspeitos da morte de menino de 10 anos em Itaboraí

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    Um casal foi preso, neste sábado (9), suspeito da morte de uma criança de 10 anos em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio. Suelen da Conceição Almeida, sua mãe, e o padrasto, Alan Ferreira da Silva, são os principais suspeitos de ter assassinado Kauã Almeida Tavares. Ambos negam as acusações.

    Menino Kauã Almeida Tavares, de 10 anos, morto pela mãe e pelo padrasto em Itaboraí. Fonte: Reprodução/TV Globo.

    Conforme mostrou matéria exibida pelo ‘Fantástico’, da TV Globo, o casal, para encobrir o crime, teria armado uma cena de suicídio, para que a morte não fosse dada como criminosa. Kauã morreu na tarde de 17 de março deste ano, na casa onde morava com sua mãe, seu padrasto e seu irmão caçula, de 3 anos.

    “O meu neto tinha 10 anos, era uma criança linda, abençoada. Aonde ele ia, ele fazia amizade. Então, eu acho que ele não faria isso com ele mesmo. Não tirava vida, tirar sua própria vida”, disse Renata Silva da Conceição, avó de Kauã, ao ‘Fantástico’.

    Renata Silva da Conceição, avó de Kauã. Foto: Reprodução/TV Globo

    Na época, Alan alegou, em depoimento, ter encontrado o menino dom os joelhos dobrados, pés encostados no chão e uma corda no pescoço, que estava presa na tranca da janela, quando estava se dirigindo até a cozinha da residência.

    Wesley Almeida, pai de Kauã. Foto: Reprodução/TV Globo.

    De acordo com o padrasto, o menino foi encontrado ainda com vida e socorrido, com a ajuda de Suelen. A menos de três quilômetros da casa onde moravam, no bairro Marambaia, em Itaboraí, havia a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manilha, mas, mesmo assim, Alan levou a criança para ser atendido em uma UPA no município vizinho, São Gonçalo, fazendo um trajeto mais longo.

    Suelen da Conceição Almeida, mãe de Kauã, e o padrasto, Alan Ferreira da Silva, no momento da prisão. Foto: Reprodução/TV Globo

    Na UPA, os médicos alegam que o menino já chegou no local sem vida. A mãe e o padrasto de Kauã contaram a mesma história durante as investigações, afirmando que o garoto teria se enforcado com a guia do cachorro da família, mas o o objeto nunca foi encontrado. Pouco depois da morte, Suelen e Alan deixaram a casa para morar em outro lugar.

    A mãe do menino disse à polícia que Kauã foi encontrado por volta das 15h e que ele foi levado para a UPA Santa Luiza e que, ao chegarem no local, a criança teria vomitado.

    O resultado do laudo da perícia e a reprodução simulada identificaram que o menino não tinha morrido por enforcamento, já que o corpo apesentava lesões no pescoço, na nuca e na região cervical. O documento revela que a criança apresentou “pequenas lesões escoriativas lineares nas regiões carotidianas, na nuca, na região supra escapular esquerda, incaracterísticas de enforcamento”.

    “As marcas encontradas no pescoço não condizem com o enforcamento. Mas, sim, com uma esganadura praticada pelos dedos das mãos. Isso é uma prova técnica irrefutável que não houve enforcamento, não houve suicídio”, afirmou o delegado Fábio Asty, titular da 74ª DP (Alcântara), responsável pelo caso.

    De acordo com a polícia, na reprodução simulada, realizada com a presença de Alan e Suelen, o casal caiu em contradição, já que quando os investigadores perguntaram onde a criança foi encontrada, eles teriam apontado posições diferentes do mesmo quarto.

    Kauã sofria agressões frequentes em casa, segundo alegam as testemunhas. Uma professora do menino também alegou que ele reclamava de cansaço por ter que realizar tarefas domésticas. O casal está junto há três anos e os dois filhos de Suelen eram de outros relacionamentos.

    “Ela [a professora] falou que ele fazia as coisas, tarefas dentro de casa: lavava louça, passava roupinha dele, cuidava do irmão e a mãe dele só dormia. Falou que ele era obrigado a fazer isso”, disse Renata Silva da Conceição.

    “Há relatos de testemunhas que, certa vez, Kauã foi violentado fisicamente pela mãe, levando uma surra com cabo de vassoura. Ele também sofria uma violência psicológica. Ele sofria essas violências físicas constantemente. A gente não tem dúvida de que essa morte aconteceu em razão deste tipo de destempero praticado pela Suelen e pelo padrasto Alan”, contou Asty.

    Wesley Almeida, pai de Kauã, contou, em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, que o filho vinha sendo ameaçado pela mãe desde o início de seu relacionamento com Alan. Ele é o pai dos dois filhos de Suelen.

    “Sobre a agressão dela [Suelen] contra o meu filho, eu já sabia. Fui casado com ela por quase dez anos, eu presenciei várias vezes, não só eu, como meu pai, minha mãe também. Para mim foi um choque muito grande, ainda está sendo. Ela estava com esse namorado dela [Alan] e estava comigo, e eu nem sabia, meu filho estava seno ameaçado por ela”, contou, em meio às lágrimas, e completou.

    “Meu filho era ameaçado por ele e por ela, mas não contava nada para mim quando pegava ele. Ele [Kauã] não me falava com medo de quando chegar em casa, que ele sabia que iria apanhar”.

    De acordo com ele, uma irmã de Suelen, identificada apenas como Aline, está sendo conivente com a irmã e fazendo ameaças tanto para ele como para a própria mãe, que também deu entrevistas sobre o caso.

    “Ela está fazendo ameaças não só para mim, mas até mesmo para a mãe dela, através da internet, falando besteiras. Ela pegou as coisas do meu filho, até coisas que eu dei, e não deixaram eu pegar nada, só consegui pegar porque eu forcei, o videogame dele e algumas roupinhas. Foi tudo planejado, ela sabia que a Suelen estava sendo investigada e não contou nada para ninguém, e falou claramente para a mãe dela não me dar o meu filho [o caçula]”.

    A polícia segue investigando o caso para descobrir o que aconteceu exatamente no dia da morte do garoto.

    Fonte: O Dia.

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    Sara Celestino
    Sara Celestinohttps://gazeta24horasrio.com.br
    Repórter-fotográfica, atuando na produção de conteúdo com objetivo de compartilhar a melhor informação para manter você bem-informado! E-mail. [email protected]

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