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Varíola dos macacos: como é o exame, quem deve fazer e quando?

© REUTERS/Dado Ruvic

© REUTERS/Dado Ruvic

A explosão de casos de varíola dos macacos (monkeypox) nos últimos três meses colocou o mundo em alerta e gerou muitas dúvidas acerca da infecção entre as pessoas. Algumas são sobre os testes de diagnósticos, fundamentais para a realização do tratamento correto e para evitar a transmissão do vírus.

A infectologista Joana D’arc Gonçalves, mestre em medicina tropical pela Universidade de Brasília (UnB), esclarece oito dúvidas frequentes no consultório sobre os testes de diagnóstico da varíola dos macacos.

Como é o teste de detecção do vírus que provoca a varíola dos macacos?

O mais indicado é o teste molecular (RT-PCR) feito por swab (cotonete), semelhante ao usado para o diagnóstico do coronavírus. Neste caso, são coletadas amostras de secreções das lesões do paciente para o sequenciamento do vírus. “O teste tem elevada sensibilidade e especificidade, superior a 95%”, afirma a infectologista.

O exame que coleta as secreções das feridas dói?

A amostra é coletada das lesões, bolhas e crostas. Geralmente não dói, pois se utiliza um cotonete macio.

Quem tem indicação para fazer o teste?

Qualquer pessoa que apresente sintomas comuns da varíola dos macacos, que tenha tido contato com pessoas diagnosticadas com a doença ou que tenha mantido contato íntimo com desconhecidos ou parceiros sexuais casuais que apresentaram sintomas nos últimos 21 dias deve fazer o teste.

A médica lembra que os sintomas comuns da infecção pelo vírus da varíola dos macacos incluem ferida única ou múltiplas na pele – manchas, erupções semelhantes a espinhas e bolhas –, linfonodos no pescoço (adenomegalia) e febre. Em caso de apresentar esses sintomas, o teste deve ser realizado.

Qual é o momento certo para fazer o teste?

“O ideal é coletar na fase aguda, com pústulas vesiculares, quando há mais vírus. Quando já há a presença de crosta, a sensibilidade do exame diminui”, afirma a infectologista Joana D’arc.

No Distrito Federal, o exame para a varíola dos macacos está sendo realizado no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (CEDIN) e em alguns laboratórios particulares.

Recentemente, diversos países têm registrado casos de pacientes diagnosticados com varíola de macaco, doença rara causada pelo vírus da varíola símia. Segundo a OMS, a condição não é considerada grave: a taxa de mortalidade é de 1 caso a cada 100. Porém, é a primeira vez que se tornou identificada em grande escala fora do continente africanoGetty Images

O resultado do exame sai em quanto tempo?

Em média, os pacientes precisam aguardar até dois dias para o resultado do teste.

Pacientes com suspeita de varíola dos macacos devem se isolar?

Sim. As pessoas com sintomas e que aguardam o resultado do teste devem fazer o auto isolamento. Caso o diagnóstico se confirme, o isolamento deve ser de pelo menos 21 dias. Não há necessidade de isolamento em casos assintomáticos.

Como fazer o isolamento?

Ele deve ser feito em casa, limitando a circulação e contato com outras pessoas. “Preferencialmente, deve-se dormir em cama separada, manter distanciamento de pelo menos um metro dos demais e intensificar a limpeza de superfícies”, explica.

É indicado fazer um novo teste para sair do isolamento?

Não. Depois que a infecção termina não há a necessidade de um novo teste.

Fonte: Metrópoles.

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