Estudantes do Instituto Federal Fluminense (IFF) de Maricá participaram de uma visita guiada nas instalações da Biofábrica, que faz parte do Complexo de Laboratórios de Pesquisa e Inteligência Ambiental de Maricá, por meio do consórcio da Codemar (Companhia de Desenvolvimento de Maricá) com a Universidade Federal Fluminense (UFF), nesta semana. As duas turmas do terceiro ano do ensino médio técnico em Meio Ambiente, com 43 alunos, conheceram a produção de bioinsumos do projeto Lagoa Viva e os laboratórios da Biofábrica.
“Essa visita é muito importante justamente pelo fato de a gente estar vindo também de dois anos de pandemia, onde os alunos tiveram sistema remoto e agora nesse ano com presencialidade. Proporcionar essa integração deles com novas tecnologias, que são apresentadas dentro do seu próprio município é de aspecto fundamental, além do dinamismo e poder ver opções também dentro da sua área”, destacou o professor de química, Renato Oliveira, coordenador do curso técnico de Meio Ambiente.
As visitas foram divididas em grupos para orientar melhor os presentes. Vivyan Martins e Gabriel Miquelam, ambos com 18 anos, comentaram sobre a importância de uma visita em campo para fortalecer as experiências como estudantes técnicos. “Nós trabalhamos com micro-organismo nessa área biológica e acho importante ter essa noção que dá uma aula prática. A gente fica na escola com muita aula teórica e não temos muita noção do que é realmente trabalhar com o meio ambiente. Então, acho demais essa experiência aqui que a Prefeitura de Maricá junto com o Instituto Federal Fluminense tem nos proporcionado”, destacou Vivyan Martins.
Já o aluno Gabriel Maquilam contou que é a primeira vez que visita uma estrutura que tem a ver com o curso que está estudando. “A gente vê todos os equipamentos e como é feita as análises dos organismos, os elementos químicos e sua mistura, além do contato com os profissionais trabalhando, que abre margem para a gente pensar no que a gente quer fazer em relação ao curso”, completou.
Engajar novas práticas
A Biofábrica está aberta para visitação de escolas e da comunidade civil mediante marcação com a comunicação do laboratório Aequor UFF pelo telefone 0800-878-2320. Os visitantes recebem orientação sobre o funcionamento do local, seus projetos, além de esclarecimentos sobre ações que podem prejudicar o meio ambiente e ensinar novas práticas sustentáveis com o objetivo de mudança de cultura.
“É importante desmistificar o que podemos estar fazendo em benefício ou malefício ao meio ambiente e, principalmente, buscar a mudança de comportamento das pessoas. Um exemplo é o problema do esgoto e da coleta seletiva, que dizem não ser um problema nosso, apenas do poder público e não é verdade. Temos que cuidar da nossa parte, tratar o nosso esgoto e lixo faz parte disso. Cuidar para melhor funcionamento da sua fossa, da sua caixa de gordura é o que vai fazer com que o afluente saia melhor tratado, que impacte menos o meio ambiente”, explicou a bióloga da Biofábrica, Danniela Scott, que é especialista em saneamento básico e comanda a visitação guiada na Biofábrica.
Geração de oportunidades
A professora de Meio Ambiente e Filosofia, Elane Carvalho, lembrou que alguns alunos dessas duas turmas de terceiro ano estão fazendo com a Biofábrica um projeto com produção de cartilhas pedagógicas para serem distribuídas como trabalho de conscientização no município. Ela comentou sobre oportunidades que as novas gerações poderão ter dentro de Maricá com criação de projetos com responsabilidade ambiental.
“Em torno de temas relacionados ao saneamento ambiental, o IFF participou do comitê da bacia hidrográfica da Baía de Guanabara, então, nós tivemos aí toda uma participação e um dinamismo. Conseguimos trazer alguns atores para isso. Estamos querendo muito fazer mais convênio com uma cooperação técnica com a Codemar. Com economia solidária e também com reciclagem para a gente fazer uma mini empresa bacana para o município e criar empregabilidade e renda para esses jovens, buscando viabilidade econômica, viabilidade social e mais ainda ambiental”, ressaltou a professora.