Foto: REUTERS.
O alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, adverte que um potencial ataque nuclear da Rússia à Ucrânia desencadearia “resposta militar” ocidental tão “poderosa” que “aniquilaria” o Exército de Vladimir Putin. Na madrugada de hoje (14), a cidade de Zaporizhia voltou a ser bombardeada por mísseis russos.
Em reunião dos ministros da Defesa do Conselho do Atlântico Norte (NAC), nessa quinta-feira em Bruxelas, Borrell pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, que não utilize o bluff (blefe) para fazer ameaças.
“Putin não se pode dar ao luxo de fazer bluff. Tem de perceber que quem apoia a Ucrânia – a UE, os Estados Unidos (EUA) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – não está fazendo bluff. Qualquer ataque nuclear contra a Ucrânia provocaria uma resposta, não nuclear, mas uma resposta militar tão poderosa que o Exército russo seria aniquilado”, afirmou.
Um pouco antes, ao chegar à sede da Otan, o chefe da diplomacia europeia aproveitou para anunciar que, na próxima semana, a UE aprovará novo financiamento que elevará o apoio militar à Ucrânia para mais de 3 bilhões de euros, desde o início do conflito.
“Venho informar aos membros da Otan que vamos aprovar, espero que na próxima segunda-feira (17), em Luxemburgo, nova parcela do apoio militar às Forças Armadas ucranianas”, disse Borrell.
No total, a UE já repassou mais de US$ 3 bilhões (cerca de 3.080 milhões de euros) em recursos do Fundo Europeu de Apoio à Paz”, acrescentou, na antecâmara da reunião com os ministros da Defesa dos 30 Estados-membros da Otan.
Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, os europeus já destinaram 2,5 milhões de euros da doação de 5,7 milhões de um fundo criado fora do orçamento europeu para financiar entrega de armas à Ucrânia.
A nova parcela será de 500 milhões, informou a agência France Presse.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 da UE vão se reunir na próxima segunda-feira, em Luxemburgo, para referendar o novo financiamento e lançar missão militar com o objetivo de ajudar as tropas ucranianas a enfrentar as forças invasoras russas.
A nova missão também será financiada pelo Mecanismo Europeu de Apoio à Paz e deve permitir, “inicialmente”, instrução militar a 15 mil soldados ucranianos.
O acordo político firmado pelos embaixadores dos 27 Estados-membros da UE, em Bruxelas, prevê uma sede para as missões e centros de instrução em cada um desses países. A Polónia e a Alemanha manifestaram disponibilidade para acolher a sede.
Os membros da Otan comprometeram-se a fornecer à Ucrânia sistemas de defesa antiaéreas e antimísseis, algo que exige vários meses de treino para uso adequado.
O Reino Unido, que deixou a UE, dá instrução a soldados ucranianos no país há vários meses.
Fonte: Agência Brasil.