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    Por maioria, Câmara de Niterói aprova moção de repúdio ao prefeito de São Gonçalo, Capitão Nelson

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    A Câmara de Niterói aprovou por maioria, na tarde da última quinta feira (20), uma moção de repúdio ao prefeito de São Gonçalo, Capitão Nelson(PL), que durante comício do presidente Jair Bolsonaro em Alcântara, na terça feira (18), disse que “os municípios de Niterói e Maricá são um bando de filhos da puta”, para criticar o fato das duas cidades receberem quantias milionárias em royalties do petróleo, enquanto São Gonçalo têm direito a um valor quase simbólico. Apenas dois vereadores niteroienses não foram favoráveis à moção de repúdio: Daniel Marques (União Brasil), que se absteve; e Douglas Gomes (PL), que votou contra.

    “A maioria dos vereadores niteroienses discursaram na Câmara, e reafirmaram o apoio à moção de repúdio que fiz contra as palavras utilizadas pelo prefeito de São Gonçalo. É inaceitável esse tipo de agressão contra Niterói. A cidade não baixa a cabeça para miliciano”, afirmou o vereador Professor Túlio Motta (Psol), autor da moção de repúdio.

    A moção de repúdio foi colada na pauta de votação pelo presidente da Câmara, Milton Carlos Lopes (Progressistas), o Cal, que foi apoiado pelo colega Renato Cariello (PDT). “O prefeito de São Gonçalo desdenhou das populações de Niterói e Maricá. Ele se comportou como um cabo eleitoral com uma conduta desrespeitosa, o que acaba tirando voto do seu candidato à Presidência da República. Tenho certeza de que a população gonçalense não concorda com a fala do Capitão Nelson”, disse Cariello.

    Douglas Gomes (PL), único a votar contra a moção de repúdio, fez  críticas Axel Grael (PDT). “O Axel é tão covarde que, em vez de responder diretamente, mandou sua tropa. Ficou claro que o prefeito de São Gonçalo se referiu ao Axel Grael. Que votem uma moção contra o ataque que o prefeito sofreu, mas não dizer que uma população foi atacada, que a classe política foi atacada”, justificou.

    Em sua justificativa de voto, Fabiano Gonçalves (Cidadania) afirmou que “o prefeito de São Gonçalo deve refletir do mal que causou, não só a ele, enquanto pessoa pública, mas também ao presidente Jair Bolsonaro, que estava ao seu lado; aos políticos presentes ao ato, e ao eleitores que estavam no evento. Se essa atitude começar a despertar uma animosidade entre as cidades, poderemos ter mais problemas. A força de trabalho de Niterói é, notadamente, de São Gonçalo. Os servidores desta Casa, em sua grande maioria, são moradores de lá. Teremos que enfrentar essa questão dos royalties de forma muito equilibrada e madura”, concluiu.

    Fabiano ainda sugeriu que o presidente da Câmara de Niterói, Cal, convidasse o presidente da Câmara de São Gonçalo, Lecinho Breda (MDB), para um encontro entre os vereadores dos dois municípios, onde seria selada qualquer animosidade causada pela fala do Capitão Nelson.

    Alguns vereadores reforçaram que  essa não seria a primeira vez que Capitão Nelson teria desprezado e ofendido a população de Niterói, citando o fato que durante a campanha para governador, teria dito que “durante a pandemia, Rodrigo Neves (PDT) fez uma barreira sanitária para não deixar que o povo de São Gonçalo entrasse em Niterói”. Foi desgraçada também, a questão de que o filho dele, Douglas Ruas (PL), se elegeu deputado estadual, com uma expressiva votação dos eleitores de Niterói.

    Um dos últimos a se pronunciar foi o vereador Daniel Marques (União Brasil), que lamentou o discurso do prefeito Capitão Nelson, mas se absteve de votar. “Não podemos piorar uma relação com um cara que vai governar São Gonçalo até o final de 2024. Não se pode xingar impropérios da forma que se quer, mas estão querendo fazer dessa moção, como se ela fosse para o cidadão niteroiense. Se o prefeito Axel se sentiu atingido, deve entrar na Justiça com uma ação indenizatória ou penal. Estamos colocando lenha na fogueira”, ponderou.

    Por fim, o vereador Leonardo Giordano (PC do B) declarou que “o prefeito Capitão Nelson foi de uma falta de responsabilidade muito grande. Ele tentou jogar a população de São Gonçalo contra Niterói, uma cidade irmã”. Ele afirmou, ainda, que “quanto mais Niterói, São Gonçalo e Maricá receberem recursos, mais a região vai ser beneficiada. Ele foi grosseiro, infeliz e não se comportou como alguém que merece o cargo. Lamento que tenhamos que passar por isso, com esses políticos bolsonaristas, que não sabem nem se conduzir a si próprios”, finalizou.

    Questionada sobre a aprovação da moção de repúdio, a prefeitura de São Gonçalo divulgou nota lamentando que a fala do prefeito Capitão Nelson tenha sido mal interpretada e utilizada com outros fins políticos. “Em momento algum, referiu-se à população dos dois municípios. Ainda que tenha se exaltado, durante o discurso, o prefeito criticou especificamente a conduta dos governantes de Niterói e Maricá, em relação à questão da divisão dos royalties entre os municípios da região metropolitana do Estado do Rio”, diz a nota.

    “O prefeito recebe com pesar ( a moção de repúdio), mas não se espanta, diante do atual momento político. E reitera seu apreço e carinho pelos moradores de Niterói e Maricá, com os quais o gonçalense convive e mantém relações permanentes de amizade e trabalho. Causa estranheza que o direito dos gonçalenses gere tanta discórdia, justamente por parte de quem sempre defendeu, na teoria, a necessária integração do Leste Fluminense”, finaliza.

    FONTE: O SÃO GONÇALO

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    Alexandre R. Ducoff
    Alexandre R. Ducoff
    Formado em jornalismo no ano de 2020. Já trabalhei como fotógrafo e cinegrafista no Atitude Video Art, fotógrafo no Estúdio Novo Olhar, redator do informe-se, repórter do M1newstv Maricá Noticiais e criador de conteúdo da CEIC. Atualmente trabalho como redator, editor e cinegrafista no Gazeta 24 Horas News.

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