Colégio Estadual Antônio Maria Teixeira, no Leblon, na Zona Sul do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo
A estudante de 19 anos que acusa o professor de um colégio no Leblon, na Zona Sul do Rio, de assédio afirma que as abordagens do homem aconteciam tanto pelas redes sociais quanto pessoalmente, em sala de aula. Ela é aluna do Colégio Estadual Antônio Maria Teixeira.
Ela conta que havia uma insistência do professor de matemática Rodrigo Simonace em manter contato e que prints das conversas por WhatsApp mostram a abordagem.
O professor prestou depoimento na delegacia e negou as acusações.
“Fala comigo”, começa o professor nas mensagens.
A aluna não deu atenção e, algum tempo depois, o professor fez uma nova tentativa.
“E o chocolate preferido?”, afirmou o homem.
A jovem disse que não queria. E ele respondeu:
“Desistiu? Está chateada comigo?”, perguntou o professor.
Ela afirmou que começou a perceber as abordagens.
“Por que ele não dá chocolate para os meninos, só para as meninas? Por que ele abraça só as meninas, não abraça os meninos?”, questionou a jovem de 19 anos sobre o comportamento do professor.
Em outra rede social, outro comentário.
“Que isso fera”, disse o homem.
Segundo a estudante, ela também passou a ser alvo de comportamento assediador dentro da sala de aula, quando ele passou a fazer gestos em sua direção.
“Eu estava sentada, mexendo no celular. Olhei para ele, ele estava sentado na mesa dele, tipo fazendo gestos, tipo passando a língua nos lábios, me chamando de delícia, gostosa”, afirmou a jovem.
A aluna contou ainda que as abordagens duraram meses, e ela decidiu conversar com a direção da escola. Ela afirma que não se sentiu acolhida. Assim, ela e o pai procuraram a polícia e decidiram registrar a ocorrência.
“O professor está ali para ensinar, não para abusar, né? Eu fiquei muito assustado e aí preferi resolver da melhor maneira possível, que é na delegacia”, afirmou o pai da estudante.
Outros alunos confirmam comportamento
Até então, a jovem só tinha contado o que estava acontecendo para uma professora, que a orientou a fazer prints das conversas. Foram essas provas que a aluna apresentou na delegacia.
Para a delegada, trata-se de um caso de assédio e que houve um constrangimento.
“Uma outra aluna ouvida pela polícia afirmou que é notório entre os alunos o comportamento assediador do professor”, contou a delegada Daniela Terra, da 14ª DP no Leblon.
Rodrigo Simonace também prestou depoimento e negou as acusações. Ele disse para a polícia que a aluna fez isso somente porque foi contrariada e advertida para desligar o telefone durante a aula.
O advogado da estudante afirmou que a escola foi omissa e que vai pedir que ele seja afastado da escola.
“Eu me sinto tranquila. Fiz o dever certo”, disse a jovem.
A Secretaria de Estado de Educação disse que a direção do Colégio Estadual Antônio Maria Teixeira acompanhou a estudante e o professor até a delegacia para registrar o caso. Segundo a secretaria, o homem foi afastado preventivamente e foi aberta uma sindicância para apurar o caso. A pasta ainda reforçou o compromisso com a ética e o respeito na relação entre servidores e alunos e que repudia qualquer forma de assédio.
Fonte: G1.