A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Saúde, se tornará referência no tratamento dos casos de acidente vascular cerebral (AVC), com o desenvolvimento de uma linha de cuidados específica voltada à doença, que estabelece protocolos para identificar as ocorrências, otimizar o atendimento aos pacientes e encaminhar os quadros mais delicados ao Hospital Dr. Ernesto Che Guevara. A elaboração do manual de normas técnicas maricaense marca o Dia Municipal de Combate e Prevenção ao AVC, celebrado em 27/10 e previsto no calendário oficial da cidade.
A apresentação do novo protocolo ocorreu na terça-feira (25/10), com a parceria da Iniciativa Angels, consultoria da empresa farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim, que apoia instituições e profissionais de saúde na melhoria do atendimento aos casos de AVC. O encontro reuniu cerca de 30 profissionais da Rede de Urgência e Emergência do município, que inclui os hospitais Conde Modesto Leal, no Centro, e Dr. Ernesto Che Guevara, em São José do Imbassaí; a Unidade de Emergência 24 horas Santa Rita, em Itaipuaçu; a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inoã; além do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Na reunião, pessoas que atuam em cargos gerenciais nesses locais tiveram o primeiro contato com a linha de cuidado para o tratamento da doença, entendendo as possibilidades trazidas por ela, o impacto da sistematização para salvar vidas e a importância de repensar os métodos de trabalho para otimizar o acolhimento à população. Esses pontos foram ressaltados por Juliana Nogueira, subsecretária da Rede de Urgência e Emergência, que pontuou também as potencialidades trazidas pela lei municipal nº 3.031, que instituiu a semana de prevenção ao AVC na cidade e contribuiu para o protocolo de atendimento se tornar uma realidade.
“É um marco ter uma lei municipal que nos permite estabelecer uma linha de cuidado específica para os casos de AVC agudo, que em breve será implementada, otimizando o atendimento e facilitando o acesso daqueles que sofrem dessa condição à rede de saúde. O AVC é a segunda maior causa de morte no Brasil e no mundo, ocorrendo subitamente, por isso nos esforçamos para estar preparados, tratando ainda melhor as pessoas e proporcionando a cura. A referência será o Hospital Dr. Ernesto Che Guevara e as outras unidades que compõem a rede vão encaminhar os casos agudos, com tempo menor de 4,5h, que necessitam de intervenção imediata no sistema vaga zero — de maior urgência, atendendo no menor tempo. O Che estará totalmente equipado e contará com profissionais capacitados para acolher com efetividade esses casos”, destacou a subsecretária.
Profissionais passarão por treinamento especializado
A implementação da linha de cuidado ao AVC acontecerá após a capacitação progressiva dos trabalhadores que atuam na Rede de Urgência e Emergência, que contarão com treinamentos realizados por equipe da Iniciativa Angels. Eles atuarão de forma multidisciplinar para apresentar todos os pontos previstos no protocolo, esclarecer dúvidas, qualificar o olhar aos casos de AVC, além de estimular ajustes em pontos que precisam de melhorias. Os participantes terão à disposição formações presenciais previamente agendadas e apoio contínuo por um grupo no aplicativo WhatsApp, onde será fomentado o treinamento e feitas as observações necessárias.
Alessandro Alencar, consultor científico da Iniciativa Angels, apresentou a linha de cuidado aos profissionais e afirmou que Maricá se torna um exemplo para outras cidades, ajudando a atender ainda melhor as pessoas que sofrem com o AVC, tendo aptidão técnica e toda a estrutura necessária.
“O AVC representa a primeira causa de incapacidade no país, por isso precisamos ter o objetivo de mudar essa realidade, algo que impacta na vida de todos. Em Maricá, vejo uma iniciativa ímpar para mudar o contexto epidemiológico de uma doença que tanto aflige as pessoas, o que é de suma importância para a região em que se insere, já que adota essa linha de cuidado com base em uma lei específica. Isso é muito significativo e mostra que o município dá um passo à frente, fazendo a diferença com toda a estrutura existente na rede de saúde”, afirmou.