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O empresário Elon Musk, que se prepara para concluir a compra do Twitter, procurou tranquilizar os anunciantes, ao assegurar que quer permitir todas as formas de expressão na rede social, sem torná-la uma plataforma “infernal”.
É “importante para o futuro da civilização ter uma praça pública online, onde grande variedade de opiniões pode ser debatida de forma saudável, sem recorrer à violência”, disse o dono da Tesla, em mensagem dirigida especificamente às empresas que compram publicidade na rede.
“Dito isso, o Twitter obviamente não pode ser um lugar infernal aberto a todos, onde qualquer coisa pode ser dita sem consequências”, acrescentou.
A compra do Twitter pelo bilionário ainda não está oficialmente concluída, mas há vários sinais de que o negócio está em andamento e que, salvo mais uma reviravolta, a saga de meses entre o empresário e a rede social deve chegar ao fim.
Nessa quarta-feira (27), Elon Musk entrou na sede da rede social em São Francisco, nos Estados Unidos, com uma pia.
Em mensagem no Twitter, o empresário, que tem três nacionalidades diferentes (sul-africano, canadense e norte-americano) escreveu: “Entering Twitter HQ – let that sink in!” que, em português, pode ser traduzido para: “A entrar na sede do Twitter — reflitam”.
Ele mudou o seu perfil no Twitter, referindo-se a “Chief Twit” – em inglês “twit” significa “idiota” – e mudou sua localização para a sede da rede social em São Francisco, dando indícios da conclusão do negócio.
Segundo o Wall Street Journal, os bancos que participam do financiamento da operação começaram a enviar o dinheiro.
Além disso, a Bolsa de Valores de Nova York, onde o Twitter está listado, informa, em um aviso, que as ações da plataforma foram suspensas antes da abertura das negociações.
O acordo, de US$ 44 bilhões, de Musk para tornar a rede social sua propriedade tem prazo até esta sexta-feira, fixado pelo Tribunal de Delaware no início de outubro.
Contornos do negócio
Se o acordo não for fechado dentro do prazo, será realizado um julgamento entre as partes em novembro.
O negócio se arrasta desde o anúncio, no fim de abril, de uma oferta de aquisição por parte de Elon Musk, aceito com relutância pelo Twitter.
O empresário tentou sair unilateralmente no início de julho, acusando a empresa de ter mentido, mas a rede social entrou com ação judicial.
Poucos dias antes da abertura de um processo, em que o Twitter parecia a caminho de vencer, Elon Musk ofereceu-se para concluir a transação pelo preço inicialmente acordado.
Defensor da liberdade de expressão, o empresário já manifestou vontade de flexibilizar a moderação de conteúdos, reacendendo preocupações sobre possível ressurgimento de abusos e desinformação na plataforma.
Como exemplo, Musk abriu as portas para o regresso de Donald Trump, expulso do Twitter logo após o ataque ao Capitólio em janeiro de 2021.
Essa posição desencorajou os anunciantes, que muitas vezes procuram conteúdo consensual. Em 2021, as receitas publicitárias da empresa, que representaram cerca de 90% do volume de negócios, já caíram significativamente, entre a incerteza em torno da aquisição, o abrandamento da economia e as mudanças feitas pela Apple.
Há “grande perigo” de crescente polarização nas redes sociais, com a proeminência de conteúdo de extrema-direita e extrema-esquerda.
“Além de respeitar as leis, nossa plataforma deve ser calorosa e acolhedora para todos”, destacou o empresário aos anunciantes.
Fonte: Agência Brasil.