Prisão foi determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Foto: Reprodução: redes sociais
A Polícia Federal (PF) prendeu na terça-feira, 6, o empresário bolsonarista Milton Baldin que ficou conhecido após convocar Caçadores Atiradores e Colecionadores (CACs), caminhoneiros e a população que tivesse “armas legais” para protestar em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator de investigações sobre a organização e o financiamento de manifestações antidemocráticas.
Baldin foi preso por volta das 20h no acampamento bolsonarista montado em frente ao QG do Exército na capital federal. Ele foi levado pelos policiais para prestar depoimento na Superintendência da PF. No dia 26 de novembro, Baldin, que é do Mato Grosso, instigou grupos de bolsonaristas a protestarem contra a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 19 de dezembro.
O empresário solicitou que colegas do agronegócio liberassem caminhoneiros durante ao menos 15 dias, para participarem dos protestos. Em vídeos que circulam pelas redes sociais, mostram o momento em que Milton usou um palco instalado em frente ao QG.
“São só 15 dias, não vai fazer diferença. E também queria pedir aos CACs (colecionadores, atiradores desportivos e caçadores), que têm armas legais, hoje nós somos, inclusive eu, 900 mil atiradores, venham aqui mostrar presença”, disse.
A indignação do empresário sobre as armas se deve ao fato de Lula ser contrário a política armamentista defendida por Bolsonaro. Ele termina o discurso com a Bandeira do Brasil em mãos, dizendo: “Esta bandeira até pode ser vermelha, mas com meu próprio sangue”.
No dia 29 de novembro, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) pediu a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) que investigasse e responsabilizasse Milton. O ofício, do gabinete do deputado Fábio Félix (Psol), também cobrou providências para prevenir infrações penais que possam impedir a diplomação de Lula.
“Os manifestantes demonstraram de forma inequívoca intenção de escalar o conflito de forma violenta, inclusive por meio do uso de armas de fogo. No sábado, um manifestante instigou apoiadores do candidato derrotado (Bolsonaro), especialmente aqueles com porte e posse de arma de fogo, a se organizarem para resistir à diplomação do presidente eleito (Lula)”, diz o documento.
Atos antidemocrátios
Os prostestos começaram no dia 30 de outubro, logo após o resultado da eleição presidencial em que Jair Bolsonaro (PL) perdeu para o ex-presindente Lula. As primeiras manifestações ocorreram em rodovias federais, que foram registradas centenas de bloqueios e interdições nas cinco regiões do país.
Em Brasília, centenas de pessoas estão acampadas, desde então, em frente ao QG do Exército, para pedir intervenção federal, tentar impedir a diplomação do vencedor das eleições, bem como pleitear o impeachment de ministros do STF.
Fonte: O DIA.