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    Unicef: quase 7 milhões de crianças na Ucrânia correm risco no inverno

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    Foto: UNICEF/UN0598517/Moldovan

    O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou nessa quarta-feira (14) para a situação de risco de quase 7 milhões de crianças devido aos ataques contra a infraestrutura energética da Ucrânia nas últimas semanas. Além do frio rigoroso e dos problemas no acesso a serviços críticos, as crianças ficam também impedidas de ter acesso ao ensino online, diz a agência da ONU.

    Em várias regiões do país, a população deixou de ter acesso estável à eletricidade, aquecimento e água, no momento em que a temperatura pode chegar aos 20º C negativos.

    Nas últimas semanas, os ataques contra a infraestrutura energética da Ucrânia têm representado maior dificuldade para a população, quando se completam praticamente dez meses do conflito.

    “As regras da guerra são claras: as crianças e a infraestrutura civil essencial de que elas dependem para sobreviver devem ser protegidas. É também essencial que o Unicef e seus parceiros humanitários tenham acesso rápido e sem entraves às crianças e famílias que necessitam de assistência humanitária, independentemente do local onde se encontrem”, defende Catherine Russell, diretora executiva da organização.

    Ela cita o “frio extremo”, mas também as instituições de saúde, que podem deixar de estar aptas a fornecer “serviços críticos”. Por outro lado, o mau funcionamento dos sistemas de abastecimento de água “aumenta os riscos já extremamente elevados de pneumonia, gripe sazonal, doenças transmitidas pela água e covid-19”, diz comunicado do Unicef.

    De acordo com a agência da ONU, os ataques desencadeados em outubro “destruíram 40% da capacidade de produção de energia da Ucrânia, expondo ainda mais as famílias às duras condições atmosféricas, afectando os meios de subsistência e aumentando a probabilidade de grandes movimentos populacionais”.

    Mesmo com os esforços de recuperação dos danos, até o fim de novembro o sistema energético ucraniano tinha conseguido responder a apenas 70% das necessidades energéticas, informa o Unicef, com base nos dados da Ocha, – o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.

    “O inverno rigoroso, juntamente com a perda de rendimentos e a crise energética e socioeconômica desencadeada pela guerra, são devastadores para o bem-estar das crianças e das famílias”, sendo que a situação é especialmente grave para os 6,5 milhões de pessoas, incluindo 1,2 milhão de crianças, de deslocados internos.

    O Unicef indica que tem chegado a áreas anteriormente afetadas por combates violentos, especialmente Kharkiv, Kherson e Donetsk, tendo distribuído nesses locais kits de vestuário de inverno, aquecedores de água e geradores”.

    Saúde mental

    A agência da ONU alerta que as consequências são ainda mais abrangentes: “Além das ameaças imediatas que o frio rigoroso traz, as crianças são também privadas de aprender ou de permanecer em contato com amigos e familiares, pondo tanto a sua saúde física quanto a mental em risco”, destaca Catherine Russell.

    Isso porque o ensino online é, neste momento, o único acesso de muitas crianças à educação, uma vez que muitas escolas estão danificadas ou destruídas.

    Os próximos meses de inverno poderão piorar consideravelmente a situação psicossocial das crianças, bem como do resto da população: “Estima-se que 1,5 milhão de pessoas estejam em risco de depressão, ansiedade, distúrbios de stress pós-traumático e outras patologias mentais”, acrescenta a agência.

    Para o Unicef, “o impacto no acesso das crianças à educação é o mais recente problema, após o fim precoce do ano escolar anterior e perturbações relacionadas com a pandemia de covid-19”.

    Até agora, a agência tem contribuído no acesso a cuidados de saúde primários em instalações apoiadas pela organização e por meio de equipas móveis a quase 4,9 milhões de crianças e mulheres na Ucrânia”, destaca comunicado.

    As intervenções de apoio à saúde mental beneficiaram mais de 2,5 milhões de crianças – cerca de 900 mil crianças receberam educação formal ou não formal e cerca de 500 mil se beneficiaram de intervenções de aprendizagem.

    Cerca de 200 mil famílias receberam transferências humanitárias de recursos financiados pela instituição.

    Há também dezenas espaços dedicados às crianças e jovens, os chamados Spilno Child Spots, dedicados à aprendizagem e ao convívio entre os mais novos.

    Fonte: Agência Brasil.

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    Sara Celestino
    Sara Celestinohttps://gazeta24horasrio.com.br
    Repórter-fotográfica, atuando na produção de conteúdo com objetivo de compartilhar a melhor informação para manter você bem-informado! E-mail. [email protected]

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