O ex-governador Sérgio Cabral ao deixar o presídio da PM, em Niterói Foto: Roberto Moreyra
Em alguns dos 23 processos no âmbito da Lava-Jato, aos quais o ex-governador Sérgio Cabral responde, a Justiça apreendeu e determinou a venda de alguns bens do político e de sua ex-mulher Adriana Ancelmo. Nessa lista, há uma mansão no Condomínio Portobello, em Mangaratiba, na Costa Verde, vendida em 2018, por R $6,4 milhões. Também foram vendidos três carros luxuosos do casal por R $485 mil, um jet-boat no valor de R $85,5 mil e um jet-ski por R$ 45 mil. Desde segunda-feira, o ex-governador cumpre prisão domiciliar e é monitorado por tornozeleira eletrônica.
Cabral e a ex-mulher tiveram que devolver algumas joias, algumas compradas para presentear Adriana. O dinheiro arrecadado foi usado para ressarcir os cofres públicos e ajudaram a abater a condenação de ambos. O ex-governador do Rio é acusado de liderar um grupo que desviou cerca de R$ 224 milhões em contratos com diversas empreiteiras, dos quais R$ 30 milhões referentes a obras tocadas pela Andrade Gutierrez e a Carioca Engenharia.
Quem determinou a venda da mansão foi o juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal, em junho de 2017. Em sua decisão, o magistrado argumentou que: “Ainda que se defenda que o valor de mercado não se reduz com tanta facilidade, a medida também é autorizada pela Lei de Lavagem de dinheiro, tendo em vista que a dificuldade para manutenção é inegável”.
Solto na última segunda-feira, Cabral foi o último réu da Operação Lava-Jato a deixar a prisão. Até Adriana Ancelmo, sua ex-mulher, saiu antes dele, em março de 2017, por ter se beneficiado da lei que autoriza presas, preventivamente, com filhos de até 12 anos, a ficar em prisão domiciliar. Na época, a ex-primeira dama tinha filhos de 11 e 14 anos. Apesar de Adriana Ancelmo ser ré, o advogado Daniel Bialski informou que ela é a única investigada que poderá visitar Cabral, uma vez que os dois têm filhos em comum.
O mesmo não vale para aliados de primeira hora durante seu governo. Secretário de Obras e vice de Cabral, Luiz Fernando Pezão, que também foi governador, não poderá visitá-lo, por exemplo. Nem mesmo conversar por telefone ou videochamada. Pezão foi preso, condenado dentro da Lava-Jato e hoje recorre em liberdade. Ele sempre negou as acusações de recebimento de propina.
Na lista de vetados, ainda estão os ex-secretários Hudson Braga (Obras), Wilson Carlos (Governo), Sérgio Côrtes (Saúde) e Régis Fichtner (Casa Civil). Todos já soltos.
Fonte: Extra.