O Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou por latrocínio as duas mulheres que participaram da tentativa de assalto que terminou com a morte do guia de turismo Daniel Mascarenhas Xavier, de 31 anos, no Centro do Rio. O promotor de Justiça Alexandre Murilo Graça também requereu a conversão da prisão temporária das duas em prisão preventiva.
Daniel foi assassinado a facadas na madrugada do dia 4 de janeiro. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que as duas mulheres — uma loira, que está pilotando a motocicleta, e outra morena — abordam o guia de turismo na Rua 20 de Abril. Marcelly Andressa Damasceno de Albuquerque e Ana Claudia Pires Mazeto foram encontradas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) no dia 6, quando foram presas.
A violência dura pouco mais de dois minutos. Enquanto Daniel é repetidamente golpeado, um ciclista passa pelo local, olha a cena de perto e se afasta. Ao menos três pedestres também observam, mas não fazem nada. Um taxista chega a dar ré no veículo. Mesmo com Daniel pedindo ajuda, o motorista arranca com o carro e sai sem prestar socorro. O guia, então, sai caminhando do local, com o corpo coberto de sangue. Em determinado momento do vídeo, ainda é possível observar que um homem com camisa azul pede a faca usada no crime para as mulheres. A criminosa de cabelos escuros entrega o objeto e ele vai embora.
Segundo o Corpo de Bombeiros, Daniel foi encontrado já sem vida pouco depois, na altura do Hospital Souza Aguiar, cerca de 300 metros do local onde foi agredido. Equipes do 5º BPM (Praça da Harmonia) também foram acionadas e constataram a morte do guia de turismo. Uma faca e um simulacro de arma de fogo foram apreendidos no local e encaminhados para perícia.
Daniel foi esfaqueado cinco vezes nas costas e no pescoço, segundo o laudo de exame de necropsia. O exame, obtido com exclusividade pelo GLOBO, mostra que o rapaz teve uma hemorragia após sofrer lesões no tórax e pulmão.
Professor titular Medicina Legal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o perito Nelson Massini, após analisar o documento assinado pelo legista Reginaldo Franklin Pereira, explica que a forte hemorragia pulmonar provocada pela perfuração na região clavicular levou à morte de Daniel, após grave sofrimento respiratório, entre cinco e oito minutos.
Fonte: Extra.