Foto: Imagem: Hector Vivas/Getty Images.
A juíza espanhola Anna Marín, responsável por avaliar a acusação de que o jogador brasileiro Daniel Alves estuprou uma jovem de 23 anos no banheiro de uma boate em Barcelona, na Espanha, vê indícios “mais que suficientes” de que o crime foi cometido, segundo o auto de investigação ao que o jornal catalão “El Periódico” teve acesso.
A afirmação é, por enquanto, apenas uma observação no texto de Marín, responsável apenas por avaliar se o caso deve ir a julgamento – na Espanha, a Justiça também tem a competência de investigar uma denúncia antes de julgá-la.
Ou seja, a avaliação da juíza ainda não produz nenhum efeito legal sobre Daniel Alves. No entanto, é com base nesse texto que Marín decidirá se o caso deve ou não ir a julgamento – neste caso, o brasileiro se tornaria réu.
A juíza que conduz a investigação, chamada de juíza de instrução, ouve as partes em um depoimento inicial – nenhum deles é oficialmente considerado réu ou parte acusadora -, além do Ministério Público, quando promotores apresentam uma denúncia, o que aconteceu neste caso.
O jogador está preso de forma preventiva há quase duas semanas em Barcelona, acusado de estuprar uma mulher no banheiro de uma boate. Ele foi detido enquanto prestava depoimento sobre o caso. A juíza Anna Marín viu contradições em suas declarações e acatou um pedido do Ministério Público espanhol de prisão preventiva sem fiança para o jogador.
Defesa
Apesar da observação da juíza, a defesa de Daniel Alves se diz confiante que ela aceitará o recurso apresentado esta semana para que o jogador responda em liberdade ao processo – ele está detido desde o dia 21 de janeiro no presídio de Brians 2, nas proximidades da capital catalã.
O texto do recurso oferece opções para garantir à Justiça que Alves não fugirá da Espanha – este foi o principal argumento da Promotoria catalã para pedir que o brasileiro aguardasse o caso em prisão preventiva.
A defesa diz achar que, com as opções – como o uso de pulseira eletrônica, a entrega de passaporte e a apresentação diária à Justiça -, a juíza não terá argumentos para não mantê-lo em liberdade.
Entenda o caso
A denúncia foi feita por uma jovem espanhola de 23 anos, que não teve a identidade divulgada. A queixa foi feita em 2 de janeiro, quando as investigações começaram.
A suposta vítima afirma que:
- Foi seguida por Daniel Alves ao ir ao banheiro, que é unissex, por volta das 4h da manhã
- Foi forçada por Daniel Alves a sentar no seu colo;
- Ao resistir, foi jogada no chão pelo jogador, esbofeteada e forçada a fazer sexo oral nele;
- Imagens da boate mostram que a mulher ficou cerca de 14 minutos no banheiro, enquanto Daniel Alves ficou 16.
A jovem chamou o segurança da boate, foi ao hospital, e, segundo o Ministério Público da Catalunha, os exames confirmaram o estupro.
Fonte: G1.