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O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, advertiu hoje (15) que a Ucrânia “tem uma janela de oportunidade” para contrabalançar o conflito com a Rússia. Acrescentou que para isso é necessário que os estados-membros reforcem o apoio que prestam ao país.
“A Ucrânia tem uma janela de oportunidade para inverter a balança [do conflito] e o tempo é crucial”, afirmou Stoltenberg em entrevista, depois de uma reunião dos ministros da Defesa da Otan, na sede da organização em Bruxelas, Bélgica.
Para o secretário, praticamente um ano depois do início da invasão, “não há sinais de que a Rússia queira paz, pelo contrário, está lançando nova ofensiva” para recapturar os territórios que tinha anexado e que as Forças Armadas ucranianas conseguiram libertar nos últimos meses.
Segundo Stoltenberg, a Federação Russa não é a única ameaça que a aliança militar enfrenta: “Vivemos num mundo mais perigoso, devido ao comportamento agressivo da Rússia, à ameaça persistente do terrorismo e ao desafio crescente que a China representa.”
Os Estados-membros da Otan e aliados da organização “estão prestando auxílio sem precedentes” a Kiev, mas isso “consome enorme quantidade de munições e esgota o estoque”, acrescentou o representante.
O secretário disse que a organização trabalha para “melhorar a capacidade industrial” e anunciou um projeto para armazenar munições, que tem de ser complementado com o aumento da produção.
Questionado sobre o alerta para a escassez de munições, ele disse que os Estados-membros estão produzindo mais munições e armamentos para garantir que a Otan não fique em falta com o compromisso de ajudar a Ucrânia a repelir a invasão russa.
De acordo com o representante da aliança militar, os Estados-membros investiram nos últimos oito anos mais de US$ 350 bilhões, o que representa reversão das políticas de não investimento na área de defesa.
Sobre a sua sucessão, prevista para outubro, Stoltenberg não quis comentar.
A Otan é integrada por 30 países: Albânia, Alemanha, Bélgica, Bulgária, Canadá, República Tcheca, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, França, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Macedônia do Norte, Montenegro, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, Romênia e Turquia.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa na crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Fonte: Agência Brasil.