Ícone do site GAZETA 24HORAS RIO

Corpos de pai e filha são encontrados após 53 horas de buscas em deslizamento em São Gonçalo

whatsapp-image-2023-02-15-at-12.22.33.jpeg

Pai e filha que estavam desaparecidos em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, desde o temporal da última segunda-feira, foram encontrados sem vida após 53 horas de buscas do Corpo de Bombeiros. Alan Santiago Cabral, de 45 anos, e a menina Maitê Santiago Pereira, de 4, foram soterrados após um deslizamento no bairro Engenho Pequeno atingir a casa onde moravam. Os corpos dos dois estavam abraçados. Mãe da menina e esposa de Alan, Rosilene Pereira Santiago, de 34 anos, foi encontrada horas antes.

Após a tragédia, a Defesa Civil interditou todas as residências localizadas na Rua Adelino Ferreira Brasil. O temporal que atingiu diversos bairros de São Gonçalo, deixou também uma mulher morta na Rua Felix da Silva, no mesmo bairro, e mais de 235 moradores desalojados.

Rosilene e Alan eram casados há 11 anos. Segundo a irmã de Alan, Janaina Santiago, faziam três meses que o casal voltou a morar em São Gonçalo após passar um período em Portugal.

— Está muito complicado e difícil. Minha mãe tem 83 anos e está passando mal. A casa dela foi condenada porque caiu um pedaço. Meu irmão morava atrás da casa da minha mãe. Eu estava trabalhando quando tudo aconteceu. Minha sobrinha me ligou dizendo que a casa tinha caído. Eu fiquei pedindo Uber, mas ninguém estava aceitando corrida porque estava tudo alagado. Eu passei a noite aqui — afirmou Janaina.

Moradores antigos

Segundo vizinhos, a família, que mora no bairro há mais de 30 anos, era conhecida por todos pela simpatia e simplicidade. A diretora da Escola Suzane Izahias, que fica a poucas ruas de onde o deslizamento ocorreu, relatou que Rosilene Pereira estava animada com o ano letivo da filha. No início de fevereiro, ela matriculou a pequena Maitê na creche. Era a primeira vez que a criança frequentava uma unidade escolar.

— Maitê era uma criança muito feliz. Animada e muito carinhosa. A mãe dela estava radiante porque conseguiu matricular a menina na creche. Era para ser um ano mágico e divertido. Eu vim aqui ajudar a família assim que fiquei sabendo do desabamento. É muito triste. Não consigo imaginar que algo assim iria acontecer com ela, uma menina tão feliz — relatou Elza Irani.

Segundo parentes, Allan costumava passar o dia fora trabalhando como ajudante e costumava chegar em casa por volta das 18h. Na segunda-feira, antes de o temporal tomar conta do bairro e causar alagamentos, ele avisou à sogra que iria ao mercado com a esposa e a filha.

Rosilene, pontualmente, buscava a Maitê na creche. No dia da tragédia, passou na unidade mais cedo por estar com medo da chuva que estava se formando.

— Ela era uma pessoa muito preocupada com a filha. Veio aqui buscá-la um pouco antes, preocupada com o temporal. Lamento que, mesmo tendo todo o cuidado, essa tragédia tenha ocorrido com elas — comentou um dos funcionários da creche.

Fonte: Extra.

Sair da versão mobile