O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, graças ao clima e ao solo propício para sua propagação, garantindo fonte de renda para grandes empresas e pequenos agricultores. Pensando nesta geração de renda, o Inova Agroecologia Maricá, projeto da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) em parceria com a Codemar (Companhia de Desenvolvimento de Maricá), montou há um ano um campo experimental da planta, na Fazenda Pública Joaquin Piñero, no Espraiado. No próximo dia 11/03, das 7h30 às 11h40, no mesmo local, acontecerá o “Dia de Campo – Cana-de-açúcar”, quando a pesquisa será apresentada aos produtores rurais de Maricá para que possam conhecer o andamento dos estudos.
“O Inova é um programa que permitirá selecionar cultivares economicamente relevantes para recompor a base produtiva da agricultura de Maricá permitindo reorganizar o setor gerando mais renda e empregos no município. Esse experimento faz parte dessa estratégia”, presidente da Biotec, Eduardo Britto.
Neste ano de estudo, engenheiros agrônomos e técnicos do campus da UFRRJ em Campos dos Goytacazes realizaram o manejo agroecológico utilizando compostos orgânicos e fazendo o monitoramento das doenças e pragas. Durante a fase de desenvolvimento, foram feitas avaliações biométricas da altura de plantas e número de perfilho por linha, ou seja, acompanhamento do crescimento através do processo de emissão de caules, responsável pela sustentação das folhas por uma mesma planta.
“Há 12 meses plantamos mudas de dez variedades da cana nesta área experimental, escolhidas com base em características voltadas para produção de caldo de cana, cachaça, rapadura, açúcar mascavo, para os agricultores explorarem esse potencial turístico para uso dessas variedades, fazendo uma avaliação para as condições climáticas da região”, explicou o engenheiro agrônomo que faz parte da equipe técnica do Inova Agroecologia Maricá, Antônio de Amorim Brandão.
Variedades são objetos de estudos em todo Brasil
O Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (PMGCA) da UFRRJ/CCG estudam características das variedades – das melhores épocas para explorá-la no início, meio ou fim da safra e do ambiente mais favorável para o plantio em relação à água e ao solo. Este estudo permite a obtenção de cultivares com requisitos adequados a interesses agronômicos e industriais.
As variedades produzidas em Maricá, fazem parte da rede de melhoramento genético da Rede Interuniversitária de Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), que inclui dez universidades federais do Brasil, tendo como escopo a melhoria dos rendimentos da cultura, tanto no campo, como na indústria, levando ao produtor de cana-de-açúcar conhecimentos, produtos e serviços gerados pela pesquisa, que resultaram em considerável aumento da produtividade com a meta de realizar a incorporação de novas áreas de plantio da cana-de-açúcar em locais propícios ao cultivo.
“Nós fazemos parte da Ridesa, que realiza um trabalho de pesquisa com várias universidades do Brasil, atendendo demandas do setor. Essas variedades de cana-de-açúcar que trouxemos são inovações tecnológicas da Ridesa, que carregam em seu DNA um grande potencial de produção e melhor utilização dos recursos naturais sob critérios rigorosos, então podemos garantir que todas as canas plantadas aqui são de excelente qualidade e carregam características positivas nos aspectos de produtividade, longevidade e colheitabilidade”, explica o engenheiro agrônomo do Inova Agroecologia Maricá, Paulo Henrique Borgatti.
