IDA A CASA DA VOVÓ
Em conversa telefônica com Ruam, pai de Tyler e o jornalista Pery Salgado (Barão de Iohan), ele nos contou com detalhes tudo o que aconteceu no fatídico dia, que mudou a vida deles, iniciando uma enorme luta pela sobrevivência da pequenina criança:
“Atualmente não moramos mais em Maricá, estamos em São Pedro da Aldeia. Minha sogra mora no condomínio Elisa Lake & Beach, em Ponta Grossa e ela está com a saúde bem debilitada. No dia do ocorrido, nós tínhamos ido para Maricá justamente para dar um suporte para ela devido ao meu sogro estar internado no CTI. Meu sogro teve um quadro de infecção generalizada. Ele extraiu um dente, pegou uma infecção e foi parar no CTI.
Nós estávamos aqui em São Pedro da Aldeia e recebemos uma ligação tarde da noite e saímos desesperados para prestar esse auxílio aos meus sogros.
No dia do trágico acidente com meu filho, haveria jogo do Brasil (05 de dezembro de 2022). A gente estava na casa da minha sogra. A casa de certa forma estava cheia, por que só daqui de casa somos 6 (seis) pessoas, eu, Mabel e mais 4 crianças com o Tyler. Estávamos todos lá na minha sogra, mais outro neto dela. Tinham aproximadamente 8 (oito) pessoas e a gente foi até o centro de Maricá, compramos roupinhas para as crianças e retornamos. Minha esposa foi fazer o almoço e eu estava ao telefone resolvendo uma situação, falando com o banco, tentando resolver um problema. Eu estava no quarto e minha esposa estava na cozinha.
A TRAGÉDIA
Por um descuido – continuou Ruam – uma fração de tempo que a gente não consegue nem determinar, o Tyler foi para a área da piscina que fica nos fundos da casa, e acabou entrando na piscina e a gente não viu. Não consigo determinar o tempo, mas a gente nessa movimentação da casa, achou que estava com com o outro, Mabel pensando que ele estivesse comigo e eu pensando que ele estava com ela.
Quando nós demos falta, já encontramos ele boiando na piscina, uma cena que não gosto de lembrar. Tiramos ele da piscina desesperados e eu comecei a fazer a ressuscitação, comecei a fazer os primeiros socorros, até que decidimos pegar o carro e ir para o hospital de São José. Mabel dirigindo e eu fazendo massagem no banco de trás.
Ele chegou a soltar líquidos pela boca e pelo nariz, mas não voltou efetivamente. No meio desta loucura resolvemos ir para o hospital de São José que fica mais próximo de onde estávamos. Naquela loucura achamos que seria a decisão mais correta.
Chegando lá, entregamos nosso filho nas mãos de médicos, enfermeiros, sei lá, e eles iniciaram o procedimento de ressuscitação. Alguns minutos depois, recebemos a notícia que ele estava estável, mas que o estado dele era muito grave, mas tinham conseguido recuperar o batimento cardíaco.
Ele foi transferido para o Conde Modesto Leal. O pediatra recebeu ele, que ficou durante algumas horas tentando a transferência para o Hospital Naval Marcílio Dias. Finalmente ele foi transferido e lá ficou por dois meses.
Chegando no hospital, começou a luta para o tratamento dele.
No início, nos primeiros dias, ficamos na UTI. Tivemos muitas notícias boas, que esperávamos com relação ao coração, pulmão, tudo isso…
Fomos tendo uma sequência de boas notícias, o estado clínico dele estava respondendo, que ele estava melhorando, indo bem.
Mas ele precisou começar a usar antibióticos devido o aparecimento de um quadro de pneumonia por ter aspirado muita água da piscina e esta água da piscina estava com muitos produtos químicos para limpeza e isso gerou uma maior preocupação em nós, apesar das outras boas notícias”
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NOSSO MUNDO DESABA, FICAMOS SEM CHÃO
E Ruam continua emocionado a contar o que aconteceu com o pequeno Tyler: “Ficamos esperançosos, achando que tudo ia dar certo, até que alguns dias cerca de 4 ou 5, após ele dar entrada no hospital, foi feita uma tomografia onde se detectou um edema.
Os médicos na mesma hora resolveram fazer uma ressonância. Foi quando o nosso mundo desabou, e ficamos sabendo que nosso filho tinha uma lesão cerebral extensa.
Hoje, o que a gente entende é que o cérebro dele foi afetado em uma região muito extensa, porém não foi numa região específica. Os danos não estão concentrados e sim, espalhados por todo o cérebro e por conta disso, nosso filho não tem como determinar as perdas, as sequelas. A gente só consegue dizer pelo o que nós vemos.
Mas ele não teve perdas significativas visíveis, mas ele teve sim várias limitações, vários comprometimentos. Basicamente como se pudéssemos dizer que ele ressuscitou. Ele voltou a ser como um recém nascido, por que ele perdeu a fala, perdeu os movimentos motores e perdeu até a capacidade de se alimentar.
Enfim, tudo que ele fazia correndo, era uma criança ativa, esperta, engatinhava, já soltando as primeiras sílabas, se alimentando normalmente, tudo aquilo ele já fazia, estava naquela fase de bebê, de aprendizado e descobertas, de cerca de 1 ano e alguns meses, mas tudo isso foi perdido. Ficamos sem chão!
Foi ai o pior momento de todos, quando nós descobrimos a lesão, nos desesperamos, ficamos angustiados, depois nos agarramos na FÉ. Buscamos a Deus e ele foi apresentando melhoras.
Enfim, esse foi o que aconteceu nestes dois meses, onde ficamos praticamente morando dentro do hospital, fazendo também os estímulos, massageando ele para ele ir voltando a si e a melhorar.
Nós passamos por muitas criticas, por julgamentos, mas como já passamos por tanta coisa nestes últimos meses, só queremos ver a melhora do nosso filho e estamos lutando por ela. Ele sempre teve muita importância para nossa vida, especialmente para mim pois é meu primeiro filho e a gente tenta não dar ouvidos ao que falam e a gente focar na recuperação dele e a gente tem muita fé em Deus que a gente vai conseguir.
Conseguimos o contato do médico especialista nos Estados Unidos e vamos fazer uma videoconferência com ele. Claro que é tudo muito caro, só para falar com ele nessa videoconferência vai custar cerca de U$ 450,00 (aproximadamente R$ 2.400,00) e além disso, precisaremos também de um tradutor para estar ali nos acompanhando durante a videoconferência.
Alguns podem perguntar: Por que estamos buscando esse tratamento fora do Brasil? Por que, apesar de existir este tratamento aqui no Brasil que é o tratamento de CÂMARA HIPERBÁRICA (veja o que é ao final desta matéria), ele não é utilizado aqui no Brasil para a necessidade do nosso filho, que é a questão dos DANOS CEREBRAIS. Ele só é utilizado para problemas de pele, feridas, para ajudar a auxiliar nesse sentido e quando buscamos as informações para o tratamento específico para o nosso filho aqui no Brasil, não conseguimos nenhum retorno.
Entramos em contato com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA HIPERBÁRICA, no próprio hospital que o Tyler ficou internado nestes dois meses tinha a câmara hiperbárica, que na verdade é mesmo modelo deste vídeo que enviamos para a redação do Barão de Inohan (veja vídeo abaixo) de 14 anos atrás, então o Brasil está bem atrasado em relação a este tratamento.
Por isso, lá é uma realidade, é o lugar certo para estarmos levando nosso filho, por que vamos estar entregando nas mãos de pessoas que possuem o equipamento, possuem a tecnologia e mais do que isso, possuem o conhecimento, possui a pesquisa e possui também o resultado que é o mais importante.
Esse é o real motivo pelo qual estamos lutando para leva-lo para fora do Brasil para fazer esse tratamento.
UMA MOBILIZAÇÃO GIGANTE EM PROL DO PEQUENO TYLER
Mas, como já foi informado acima, o tratamento é extremamente caro e infelizmente não existe no Brasil, e para isso, Ruam, Mabel e toda a família, começaram a se mobilizar em uma grande corrente de ajuda e solidariedade, que começou com uma vakinha on line, e depois com depósitos de doações em contas bancárias e recebimento de diversas doações que geraram rifas e novas receitas para chegar ao valor pretendido.
Vários veículos de comunicação de Maricá e da região e até de fora do país começaram a noticiar o drama do pequeno Tyler.
Em vídeo exclusivo para o Barão de Inohan, Mabel e Ruam explicam o que aconteceu com Tyler, e os procedimentos e corrida para sua recuperação:
Devido ao acidente, hoje Tyler tem uma série de restrições na fala, nos movimentos, na cognição (a cognição é uma função psicológica ligada ao aprendizado e desenvolvimento intelectual e emocional) além de ter uma gastrostomia (a gastrostomia é um procedimento cirúrgico que estabelece o acesso ao estômago através da parede abdominal) para que ele possa se alimentar através de sonda.