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Mãe conta como foi o último dia da grávida assassinada em Campos; ‘Estou de olho em você, mocinho’, dizia mensagem dela para o suspeito

Letycia Peixoto Fonseca foi morta a tiros enquanto estava grávida de oito meses. Foto: Reprodução

A engenheira Letycia Peixoto, grávida de 8 meses assassinada a tiros no último dia 2, em Campos dos Goytacazes, trocou mensagens com o professor Diogo Viola Nadai, preso pelo crime, poucas horas antes do homicídio. “Estou de olho no senhor, mocinho”, enviou a vítima para Nadai, por áudio de WhatsApp, às 18h16. Diogo respondeu um minuto depois, com uma foto do painel do seu carro e a legenda: “Indo para sala agora”. Ele mencionava uma aula que daria naquela noite no Instituto federal Fluminense (IFF), onde trabalhava. Às 20h58, Letycia foi morta a tiros.

As mensagens do celular foram disponibilizadas Cintia Pessanha Fonseca, mãe de Letycia, que testemunhou o crime. Segundo Cintia, Nadai foi carinhoso com a vítima no dia do crime. Apontado pela polícia como mandante do assassinato, ele se relacionava há oito anos com a vítima e, ao mesmo tempo, era casado com outra mulher. Nadai e mais quatro pessoas já foram presas suspeitas de participarem do assassinato.

— Na quinta, ela que acordou o Diogo e ele foi até a geladeira, pegou o bolo que estava no pote e quis dar um pedaço na boca dela. Ela disse que não queria, ele insistiu e ela aceitou. Depois, ele pegou outro pedaço e insistiu novamente para ela comer: ‘esse é do Hugo’, disse ele. Só no terceiro pedaço que ele foi comer.

Em seguida, conta Cintia, Diogo começou a apertar e alisar a barriga de Letycia.

— ‘Huguinho, Huguinho, Huguinho’, ele falava. Eu lembro perfeitamente que ele disse três vezes o nome do bebê e disparou: ‘meu filho, Dona Cintia’. Aquilo, na hora, me pareceu uma despedida. Eu senti um aperto e um nó na garganta — diz.

Em depoimento à polícia, Diogo contou que ficou com Letycia em casa até às 15h30, quando a jovem saiu para comprar uma meia de compressão e o Diogo foi ao banco. Mais tarde, por volta das 16h, ele disse que voltou a se encontrar com Letycia em uma padaria para lancharem juntos, onde permaneceram até às 17h, quando ele saiu para ir para o IFF de Guarus, onde ministra aulas. De acordo com Diogo, essa foi a última vez que ele viu Letycia. Após sair, eles trocaram as mensagens pelo WhatsApp.

A engenheira foi morta com cinco tiros na Rua Simeão Schremeth, no bairro Parque Aurora, às 20h58. Mãe e filha chegavam em casa de carro, com a vítima ao volante, quando dois homens numa moto se aproximaram e atiraram.

Em depoimento à polícia, Diogo diz que recebeu diversas ligações durante a aula, mas que não atendeu. Como as chamadas continuaram, ele pediu licença aos alunos e ligou para o cunhado, que mandou o professor correr para o hospital. De acordo com Diogo, foi lá que ele soube que Letycia havia sido baleada.

De acordo com a família, a frieza de Diogo com a notícia levantou suspeita desde o primeiro momento que ele entrou no hospital. A mãe de Letycia conta que mesmo após ter sido baleada na perna e ter visto a filha ser assassinada, estava lúcida e convicta do envolvimento do genro ao adentrar o Hospital Ferreira Machado.

— O motivo do crime eu não sei, e espero que a investigação me diga. Mas eu quero que ele pague pela frieza. Ele é um monstro — diz Cintia.

Fonte: Extra.

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