Lindama Benjamin de Oliveira, de 59 anos, morreu após passar por procedimento em clínica na Barra da Tijuca Arquivo pessoal
O cirurgião plástico Heriberto Ivan Arias Camacho, responsável por dois procedimentos estéticos que podem ter causado as mortes de duas pacientes, a pensionista Lindama Benjamim de Oliveira, de 59 anos, que morreu no último dia 10, e Mônica Sueli da Silva, falecida em junho de 2022, foi intimado pela Polícia Civil para prestar depoimento sobre dois casos. Inicialmente, ele será interrogado na próxima quinta-feira, na 16ªDP (Barra da Tijuca), que investiga o que aconteceu com a pensionista.
O delegado Ângelo Lages quer saber, entre outras coisas, porque o médico não exigiu que a pensionista fizesse um exame de risco cirúrgico, antes de submeter a paciente a um procedimento de lipoescultura com enxerto no glúteo. Ele se internou no dia 9, em uma clínica, na Barra da Tijuca, mas passou mal após a cirurgia e morreu no dia seguinte. Segundo a família, o atestado de óbito aponta que a vítima teve o intestino perfurado.
— O risco cirúrgico que a pensionista entregou ao médico foi feito seis meses antes. Quero saber por que ele não exigiu um novo exame. Além disto, também aguardo o resultado do exame cadavérico que vai confirmar oficialmente se a vítima teve ou não o intestino perfurado — disse o Ângelo Lages.
Além do caso da pensionista, o cirurgião plástico será interrogado, até o fim da semana, pelo delegado Reginaldo Guilherme, da 27ªDP( Vicente de Carvalho). A unidade investiga a morte de Mônica Sueli da Silva que teria ocorrido dias após uma abdominoplastia, feita no dia 30 de maio de 2022. O marido de Mônica, Darci da Silva Ferreira Junior, disse acreditar que a esposa foi vítima de um erro médico e que teria tido o intestino perfurado. Como o atestado de óbito diz apenas que a mulher foi vítima de choque séptico(infecção generalizada), o delegado que investiga o caso não descarta a hipótese de exumar o corpo de Mônica para realização de novos exames.
— Vamos ouvir o médico que fez o procedimento e o médico que atestou o óbito. Um parente da vítima já foi ouvido. Nada está descartado, inclusive a hipótese de uma exumação — disse o delegado.
Procurado, o Conselho Regional de Medicina disse que, após as denúncias, abriu um procedimento para investigar o médico.
Em nota , sobre o caso da pensionista, Heriberto Ivan Arias diz não ter tido acesso ao atestado de óbito e que não pode entrar em detalhes sobre o procedimento por determinação do Conselho Federal de Medicina. Ele lamentou a morte de Lindama, e disse que a pensionista foi “assistida por toda a equipe médica, sendo aplicadas todas as técnicas para reversão do quadro.”. O médico afirma estar à disposição para dar esclarecimentos.
A reportagem não conseguiu falar com a defesa do médico, na noite desta terça-feira, sobre a morte de Mônica Sueli da Silva.
Fonte: Extra.