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Homem sofre tentativa de assalto e morre ao perder controle do carro; família diz que causa foi airbag

 Leonardo Secioso Rosa perdeu o controle de seu Honda Civic 2007 e bateu contra um muro no Méier; ele morreu na hora e a família aponta que a causa foi o airbag. Foto: Reprodução 

O empresário Leonardo Secioso Rosa, de 27 anos, morreu na noite de quarta-feira após bater o carro que conduzia contra um muro, na Avenida Amaro Cavalcanti, no Méier, Zona Norte do Rio. Ele perdeu a direção do veículo após sofrer uma tentativa de assalto. A família aponta que a causa da morte seria o acionamento do airbag do veículo, um Honda Civic 2007, e que, por isso, irá acionar a montadora judicialmente. A 26ª DP (Todos os Santos) investiga o caso e, segundo o delegado Rodolfo Waldeck, que responde pela unidade, uma perícia complementar poderá apontar se houve falha no equipamento.

Parentes aguardam o resultado do laudo do Instituto Médico-Legal (IML). Segundo Samuel Silva, advogado que representa a família, ele recebeu informalmente, por meio de um funcionário da Polícia Civil, a informação que fragmentos do airbag teriam causado a morte de Leonardo. A declaração de óbito aponta para hemorragia interna, laceração do coração e isterno, além de ação contundente.

O advogado Samuel Silva informa que pretende entrar com uma ação contra a montadora. Ele explica que Leonardo herdou o carro do pai, que morreu há quatro anos, e começou a dirigir o veículo, no ano passado.

O airbag do veículo necessitava de “recall”, que é quando as montadoras convocam os motoristas para sanarem defeitos de fabricação. Pela consulta da placa, o site da montadora informa que há dois recalls pendentes: dos airbags do passageiro e do motorista.

O modelo, que pertencia a seu pai, foi incluído, por exemplo, em uma convocação da Honda em 2015, que buscava substituir o insuflador do airbag do motorista. A justificativa, à época, apontava que, em caso de colisão frontal, de intensidade moderada ou severa, poderia “haver o rompimento da estrutura do insuflador, permitindo a projeção de fragmentos metálicos no interior do automóvel”. O defeito poderia causar “em situações extremas, danos materiais, lesões graves ou até mesmo fatais aos ocupantes”.

Leonardo tinha ido buscar a namorada no trabalho na última noite, como fazia diariamente, e ela também estava dentro do veículo no momento da batida, mas só sofreu um arranhão no queixo.

Morador do bairro da Piedade, na região do Grande Méier, Leonardo trabalhava na loja de estofados da família, empresa fundada pelo pai e o tio há quase 40 anos. Considerado pelos mais próximos uma pessoa tranquila e que se dava bem com todo mundo, o empresário deixa uma filha de 6 anos.

O empresário Leonardo Secioso Rosa morreu na noite desta quarta-feira, na Avenida Amaro Cavalcanti, no Méier — Foto: Reprodução

O capoteiro Matheus Mafra, primo de Leonardo e companheiro na loja, conta que falou com o primo minutos antes do acidente:

— Eu estava em um posto na Rua Goiás, chegando ao Hospital Salgado Filho. Liguei para ele e, quando acabei de falar, tentei falar com a Carol (irmã de Leonardo). Como não consegui, retornei para o Leonardo e quem atendeu já foi outra pessoa. Era um rapaz que viu a situação toda

Matheus se desesperou e saiu correndo para tentar socorrer o primo.

— Cheguei lá no lugar do acidente, que era bem perto, e ele já estava desacordado. Levantei o rosto dele, tentei chamá-lo, mas chegou uma hora que pediram para me afastar — relembra Matheus, com a voz embargada.

Segundo a Polícia Militar, equipes do 3º BPM (Méier) foram acionadas para checar um acidente automobilístico. No local, foram informados pela companheira da vítima que a “ação ocorreu durante uma tentativa de furto provocada por um homem a pé, que fugiu do local”.

O caso está sendo investigado pela 26ª DP (Todos os Santos). Leonardo teria perdido o controle do carro após a tentativa de furto e, de acordo com o delegado Rodolfo Waldeck, titular da 23ª DP (Méier) e que, no momento, também responde pela unidade, diligências foram realizadas. Uma perícia complementar poderá apontar a influência do airbag.

Leonardo morreu no local e, de acordo com o Corpo de Bombeiros, as equipes foram acionadas para fazer a remoção do corpo no fim da noite.

Familiares de Leonardo reclamaram da insegurança que a região do Méier convive. A PM, a partir de números do Instituto de Segurança Pública (ISP), aponta para queda nos números de roubo a transeuntes, roubo de coletivos, roubos a veículos e roubos de celular.

Leia a nota na íntegra:

“A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, na noite desta quarta-feira (22/3), equipes do 3º BPM (Méier) foram acionadas para checar um acidente automobilístico na Rua Amaro Cavalcanti, no Méier. Chegando ao local, os policiais visualizaram um veículo colidido. O Corpo de Bombeiros constatou o óbito do motorista. Segundo a companheira da vítima, a ação ocorreu durante uma tentativa de furto provocada por um homem a pé, que fugiu do local. A ocorrência ficou a cargo da 26ª DP.

O 3º BPM (Méier) tem empregado esforços contínuos para interceptar e prender os criminosos que tentam atuar na região. De acordo com os números do Instituto de Segurança Pública (ISP), num comparativo entre o último mês de fevereiro deste ano com o mesmo mês do ano passado, houve queda de -27.4% nos roubos a transeuntes, de -31% nos roubos a coletivos, de -2.9% nos roubos a veículos e de -1.3% nos roubos de celular, num conjunto de ações que se reflete na queda de -20.4% no total de roubos de rua naquela região.

Desde setembro do ano passado, está em atividade a nova sede da 2ª Companhia Destacada do 3º BPM, que recebeu um reforço de 60 homens para atuarem com foco no Engenho de Dentro, Piedade, Abolição, Pilares, Encantado e Água Santa. Também foram implementados na região o modelo de policiamento PAMESP (Patrulha Motorizada Especial) e o Programa Méier para Todos, que estabelece um cinturão de segurança nas principais ruas e vias expressas que cruzam a área de atuação da unidade.

O batalhão também trabalha em conjunto com as delegacias da área para identificar e localizar os envolvidos e tais ações. Para isso, a colaboração da população é de extrema importância, com o envio de informações através do Disque Denúncia (21 2253-1177) e acionando nossas equipes através de nossa Central 190. O anonimato é garantido.”

Fonte: Extra.

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