Fachada de creche de Blumenau onde ocorreram os ataques. Foto: Anderson Coelho / AFP Anderson Coelho / AFP
Psicólogos especialistas em estresse pós-traumático estarão a disposição de familiares das vítimas e de funcionários da Creche Cantinho do Bom Pastor, onde um homem matou quatro crianças e feriu outras quatro nesta quarta-feira. A informação foi dada por Alexandre Matias, secretário de Educação de Blumenau, município onde o atentado ocorreu, durante coletiva de imprensa.
De acordo com a Prefeitura de Blumenau, trata-se de uma equipe do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) que se especializou em lidar com casos de estresse pós-traumático após as enchentes que atingiram o estado em 2008. No episódio, 135 pessoas morreram e milhares tiveram de deixar suas casas.
Em 2013, parte da equipe foi emprestada para atuar em Santa Maria, no estado vizinho do Rio Grande do Sul, quando o incêndio da Boate Kiss matou mais de 200. Lá, os psicólogos prestaram auxílio aos familiares das vítimas da tragédia, que completou dez anos em janeiro.
Na manhã desta quarta-feira, um homem de 25 anos saltou o muro da Creche Cantinho do Bom Pastor e, com uma machadinha, assassinou quatro crianças e deixou outras quatro feridas. Ele deixou o local e seguiu de moto até o 10° Batalhão da Polícia Militar de Santa Catarina, onde se entregou. Segundo afirmou o delegado-geral Ulisses Gabriel, o investigado deverá responder por homicídio qualificado.
A Polícia Civil pediu a quebra de sigilo telefônico e telemático do homem, e busca determinar se o autor do ataque agiu sozinho ou contou com algum tipo de ajuda. A Meta, empresa dona do Facebook, garantiu às autoridades que as páginas do criminoso nas redes serão preservadas.
Esclarecimento aos leitores sobre cobertura de ataques e massacres pelo Grupo Globo
A respeito do ataque ocorrido hoje a uma creche em Blumenau (SC), no qual quatro crianças foram mortas e outras cinco, feridas, o Grupo Globo divulgou nota sobre as diretrizes que orientam a cobertura de casos de ataques e massacres de seus veículos de imprensa:
“Os veículos do Grupo Globo tinham há anos como política publicar apenas uma única vez o nome e a foto de autores de massacres como o ocorrido em Blumenau. O objetivo sempre foi o de evitar dar fama aos assassinos para não inspirar autores de novos massacres. Essa política muda hoje e será ainda mais restritiva: o nome e a imagem de autores de ataques jamais serão publicados, assim como vídeos das ações.
A decisão segue as recomendações mais recentes dos mais prestigiados especialistas no tema, para quem dar visibilidade a agressores pode servir como um estímulo a novos ataques. Estudos mostram que os autores buscam exatamente esta “notoriedade” por pequena que seja. E não noticiamos ataques frustrados subsequentes, também para conter o chamado “efeito contágio”.
Fonte: Extra.