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    Furto de cabos apaga sinais e leva risco ao trânsito

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     Perigo. Sinais apagados na Avenida Manoel de Abreu, em frente ao Hospital Pedro Ernesto, na Tijuca. Foto: Hermes de Paula 

    Em quatro meses, 137 sinais de trânsito na cidade sofreram danos devido ao furto de cabos elétricos. As ocorrências são tantas que, para tentar dificultar as ações de furto e vandalismo, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) decidiu embutir, no asfalto, os fios que alimentam os equipamentos. Os técnicos também optaram por concretar e soldar as caixas controladoras (placas eletrônicas que comandam o sistema semafórico) para evitar furtos.

    O presidente da companhia, Joaquim Dinis, afirma que essas medidas, entre outras, como a implantação de garras antifurto, são para tentar evitar as ações criminosas. As estratégias estão sendo implementadas nas regiões onde há maior incidência de casos como a Grande Tijuca e outras áreas da Zona Norte.

    Perigo nas ruas

    Além do dano financeiro, o furto de equipamentos causa transtornos aos moradores e motoristas. Os controladores roubados coordenam entre quatro e cinco sinais, impactando duramente o trânsito e aumentando o risco de acidentes, como colisões e atropelamentos.

    Nos quatro primeiros meses deste ano, a prefeitura do Rio desembolsou R$ 1.311.756,68 na reposição e recuperação do material danificado. Nesse período, 21,5 quilômetros de cabos elétricos foram furtados.

    Em média, por dia, até 12 equipamentos de trânsito são alvo de furto, de acordo com relato de uma equipe de técnicos da companhia. Em alguns casos, o mesmo sinal de trânsito é vandalizado mais de uma vez na mesma semana.

    Em primeiro lugar no ranking de ocorrências da CET-Rio, está o controlador de trânsito localizado na Rua São Francisco Xavier próximo à Rua Souza Dantas,na Zona Norte. O equipamento, que fica em frente ao Colégio Maria Imaculada, onde há uma travessia de pedestres, foi vandalizado 19 vezes em 17 semanas, segundo levantamento da prefeitura.

    Problema recorrente

    Há vinte anos trabalhando como inspetor na escola, Francisco Naldo, de 51 anos, conta que constantemente o equipamento está sem funcionar. Ele também relata que os furtos costumam acontecer à noite e se tornaram mais frequentes nos dois últimos anos.

    — Dia sim, dia não, o sinal está desligado. A prefeitura vem e conserta, mas no outro dia já está sem funcionar de novo. Os “cracudos” aproveitam a noite, quando não tem policiamento, para furtar os cabos. Hoje está funcionando, mas amanhã só Deus sabe — diz Naldo.

    A aposentada Maria de Fátima da Silva, de 71 anos, conta que teme pela vida toda vez que precisa atravessar a rua para levar o neto de 7 anos à escola:

    — Quando estou sozinha, me arrisco e atravesso com o sinal desligado mesmo, porque ninguém para na faixa. Mas quando estou com meu neto, não tenho coragem. Fico aqui parada até conseguir atravessar com ele.

    De acordo com o levantamento da CET-Rio, o sinal de trânsito localizado na Avenida Marechal Rondon próximo à Rua Henrique Dias, no Rocha, está em segundo lugar em número de ocorrências. Ele foi danificado 17 vezes em 17 semanas. Por ser uma região com grande fluxo de veículos, a falta de sinalização, por vezes, acaba provocando congestionamentos durante o dia.

    No último sábado, uma equipe do GLOBO flagrou uma sequência de três sinais de trânsito sem funcionar na Avenida Ministro Edgard Romero, entre Madureira e o Largo de Vaz Lobo. No Centro, havia um sinal totalmente vandalizado, também sem possibilidade de funcionamento.

    Em Bonsucesso, a equipe encontrou pelo menos dois sinais de trânsito parados, um na Avenida Nova York, depois da Praça das Nações, e outro na esquina da Rua Dona Isabel com Rua Olga. Pedestres esperam por um intervalo no fluxo de carros para atravessar com segurança.

    Segundo o relatório de perdas da companhia, de 2021 até abril deste ano, mais de 150 quilômetros de cabos elétricos usados para alimentar os equipamentos de trânsito foram furtados dos postes públicos. O prejuízo acumulado de 2021 a abril de 2023 já passa de R$ 11 milhões.

    Em nota, a Polícia Civil informou que possui investigações em andamento e realiza ações diárias contra o furto e a receptação de equipamentos públicos e de concessionárias. E que, com base em informações de inteligência, os agentes realizam diligências para combater esses delitos.

    Passageiros afetados

    O furto de equipamentos é um crime que afeta outros serviços, causando prejuízos a companhias e restringindo o deslocamento da população. No sábado, devido ao furto de cabos, os trens da SuperVia ficaram fora de operação durante boa parte do dia no trecho entre as estações de Comendador Soares e Paracambi, no ramal de Japeri. No mesmo dia, em Santíssimo, um homem levou cabos que estavam dentro da cabine de um trem.

    Os crimes persistem apesar da ação das autoridades. Na semana passada, uma operação conjunta entre as polícias Civil e Militar prendeu em flagrante sete pessoas que furtavam equipamentos do sistema ferroviário.

    Fonte: Extra.

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    Sara Celestino
    Sara Celestinohttps://gazeta24horasrio.com.br
    Repórter-fotográfica, atuando na produção de conteúdo com objetivo de compartilhar a melhor informação para manter você bem-informado! E-mail. [email protected]

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