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A triste notícia do falecimento de Tina Turner, aclamada cantora americana considerada uma das maiores do rock ‘n’ roll, foi confirmada por seu assessor ao site Sky News. A causa da morte não foi revelada, deixando seus fãs em luto.
Tina e seu ex-marido, Ike Turner, que faleceu tragicamente de overdose de cocaína em 2007, alcançaram enorme sucesso no final dos anos 1960 e início dos anos 1970. No entanto, após sofrer abusos físicos por parte de Ike, ela teve a coragem de se divorciar dele.
A intérprete de hits inesquecíveis como “What’s Love Got to Do with It” e “We Don’t Need Another Hero (Thunderdome)” embarcou em uma bem-sucedida carreira solo nos anos 1980, deixando sua marca indelével na indústria musical.
Nascida como Anna Mae Bullock em uma família de poucos recursos nos Estados Unidos, Tina Turner enfrentou grandes desafios desde cedo. Abandonada por seus pais aos 15 anos, ela encontrou no canto de boates uma forma de sustento.
Foi durante uma dessas apresentações que ela conheceu Ike Turner e sua banda The Kings of Rhythm. Determinada, Anna Mae insistiu para se tornar uma das vocalistas principais, rapidamente se destacando. Suas músicas logo ganharam notoriedade e Ike e Anna Mae decidiram formar uma dupla musical. Com o casamento, ela adotou o nome artístico Tina Turner e, ao lado de seu marido, conquistou o cenário da música soul nas décadas de 60 e 70.
No entanto, sua vida pessoal foi marcada por brigas e escândalos. Ike, que lutava contra o alcoolismo e o vício em drogas, culpava Tina pelo declínio da dupla, submetendo-a a agressões violentas, humilhações e traições. Ela apareceu publicamente com olhos roxos e lábios inchados várias vezes. Após 18 anos de abusos, Tina finalmente decidiu abandonar o marido. No processo de divórcio, ela abriu mão de todo o patrimônio em troca do direito de manter o sobrenome Turner.
Determinada a recomeçar, Tina enfrentou adversidades. Sem dinheiro, ela morou com uma amiga e abriu shows para outros grupos famosos, como os Bee Gees. Para reconquistar seu lugar na cena musical, ela se inspirou no rock, influenciada por artistas como Rolling Stones e David Bowie. Ela adotou um novo estilo, com roupas ousadas e cabelos loiros espetados.
Em 1984, lançou o álbum ‘Private Dancer’, que a impulsionou para o estrelato mundial. O sucesso meteórico do hit ‘What’s Love Got to Do with It’ ajudou Tina a vender mais de dez milhões de cópias em todo o mundo. Foi nesse momento que ela recebeu o título de rainha do rock, aos 45 anos, ao exibir suas pernas deslumbrantes, cantar e dançar sem perder o fôlego, levando multidões ao êxtase.
Em 1986, ela lançou sua autobiografia, intitulada ‘Eu, Tina: A História da Minha Vida’, na qual relatou sua trajetória profissional e pessoal com Ike, revelando os constantes abusos que sofreu. O livro foi adaptado para o cinema em 1993, com Angela Bassett e Laurence Fishburne nos papéis principais. Ike Turner faleceu em 2007.
Seu álbum seguinte, ‘Break Every Rule’, marcou a maior turnê de sua carreira, com 14 meses de shows ao redor do mundo. Um dos shows dessa turnê no Brasil entrou para o livro dos recordes, quando Tina Turner reuniu impressionantes 184 mil pessoas em uma única apresentação no Maracanã. O evento foi transmitido ao vivo para todo o mundo.
Nos anos 90, Tina lançou a música ‘The Best’, que se tornou tema de diversos atletas, incluindo Ayrton Senna, que subiu ao palco ao lado dela durante uma apresentação.
Tina Turner não se limitou apenas à música. Ela estreou no cinema em 1975, no filme ‘Tommy’, e dez anos depois fez outro grande sucesso em ‘Mad Max – Além da Cúpula do Trovão’. Além disso, ela foi responsável pela trilha sonora do filme, que dominou as paradas de sucesso. A cantora também gravou músicas para outras produções, incluindo ‘007 Contra GoldenEye’.
O sucesso de suas músicas inspirou Tina Turner, então com 56 anos, a lançar um novo álbum intitulado ‘Wildest Dreams’. No final dos anos 90, ela lançou seu nono álbum solo e anunciou sua aposentadoria dos palcos. ‘Twenty Four Seven’ teve apenas dois hits, mas o clima de despedida atraiu milhões de fãs para seus shows.
Em 2008, em comemoração aos 50 anos do Grammy Awards, Tina fez uma apresentação histórica. Além de cantar seus grandes sucessos, ela realizou um dueto com a estrela pop Beyoncé. Aos 73 anos, Tina Turner superou Meryl Streep e se tornou a mulher mais velha a estampar a capa da revista Vogue. A cantora viveu as últimas duas décadas ao lado de seu marido, Erwin Bach, na Suíça. No ano passado, ela renunciou à cidadania americana e obteve a nacionalidade suíça.
Tina Turner é uma das maiores divas da música ainda viva. Poucos artistas alcançaram tantos feitos: oito prêmios Grammy e a venda de mais de 100 milhões de cópias em todo o mundo. A rainha do rock chega aos 75 anos deixando um legado indelével, conquistando o mundo com sua voz marcante. Para muitos, ela será eternamente a melhor.