O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou uma denúncia nesta quarta-feira (24) contra uma mulher, acusando-a de homicídio qualificado. O crime teria sido cometido contra sua própria filha, de apenas 7 meses, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no mês de abril deste ano.
A denúncia foi protocolada pela 1ª Promotoria de Justiça e encaminhada à 4ª Vara Criminal do município. Segundo o documento, Isabel Cruz de Souza teria matado sua filha, Marina Souza da Silva, ao desobedecer uma ordem médica e amamentar a criança, que estava internada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, com quadro de insuficiência respiratória.
De acordo com o MPRJ, a denunciada também teria deixado o local sem o consentimento da equipe médica, o que piorou o estado de saúde de Marina e resultou em sua morte por asfixia por broncoaspiração.
A denúncia relata que, em 19 de abril de 2023, Isabel deliberadamente ignorou as instruções médicas de não amamentar a vítima, que estava internada na sala amarela da unidade de saúde. Quando o médico que estava cuidando da bebê tomou conhecimento do ocorrido, dirigiu-se ao local para orientar a mãe a não amamentar a criança, uma vez que isso poderia agravar seu estado clínico. No entanto, a mãe teria desobedecido às instruções, resultando na morte da criança.
O órgão ainda relata que a mulher zombou do profissional de saúde, dizendo que iria contrariar a ordem médica e amamentar sua filha. Enquanto a equipe médica acionava a administração da UPA para solicitar a intervenção da Polícia Militar e do Conselho Tutelar, a denunciada teria iniciado uma discussão com os médicos e saiu do local com a criança.
Segundo o MPRJ, o tio da vítima retornou à unidade com Marina no mesmo dia. A bebê recebeu tratamento, mas sofreu uma broncoaspiração, teve uma parada cardiorrespiratória e faleceu no local. A denúncia destaca que o crime, além de ser cometido pela mãe de uma menor de 14 anos, foi praticado de forma que impossibilitou a defesa da vítima.
Questionado sobre o assunto, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) informou que a denúncia está nas mãos do juiz Adriano Celestino, mas ainda não foi analisada.