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Universidade afasta aluna de medicina flagrada com cigarro eletrônico em hospital, no Rio

Estudante de medicina é flagrada com cigarro eletrônico em sala de parto no Rio. Foo: Reprodução/Redes Sociais

A estudante de medicina foi flagrada com um cigarro eletrônico dentro do centro obstétrico do Hospital Maternidade Municipal Leila Diniz, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, foi afastada temporariamente de todas as atividades acadêmicas. A decisão foi confirmada ao GLOBO pela Unigranrio, instituição de ensino onde a aluna Ana Clara Costa estuda. A acadêmica já havia sido expulsa da unidade de saúde e removida do programa de internato, nesta segunda-feira.

“A Unigranrio informa que, imediatamente após tomar conhecimento dos fatos, convocou a aluna e a direção acadêmica para análise da situação. A instituição atendeu ao pedido da maternidade do Hospital Leila Diniz, que solicitou o afastamento da aluna. Destaca-se a necessidade do afastamento temporário, até que todas as circunstâncias sejam esclarecidas”, informou a universidade.

Uma foto registrou Ana Clara com o dispositivo dentro do hospital. A imagem dela segurando o cigarro eletrônico em uma das mãos circulou nas redes sociais. A jovem fazia parte de um programa de internato na unidade.

O caso teria acontecido na última semana. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ela foi vista com o cigarro eletrônico — também chamado de “vape” — aparentemente desligado dentro da sala de parto.

A direção da maternidade afirma, ainda, que, ao tomar conhecimento do caso, desligou a universitária do programa de internato da unidade. Os diretores do hospital também lamentaram a postura da estudante.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio informou que “é expressamente proibido o uso de cigarros de qualquer tipo em ambiente hospitalar”. Procurada pelo GLOBO, a estudante não deu nenhum tipo de declaração até a publicação desta reportagem. A universidade privada onde ela seria aluna também não emitiu posicionamento sobre o caso.

Procurada pelo GLOBO, Ana Clara não se manifestou. Ao g1, ela negou que a foto tenha sido tirada dentro do centro obstétrico, mas na sala de descanso dos médicos. Ela acrescentou que vai processar a autora da fotografia na qual aparece com o cigarro eletrônico.

Riscos à saúde

Uma pesquisa inédita, publicada na revista científica World Journal of Oncology e divulgada pelo GLOBO, descobriu que usuários de cigarro eletrônico são diagnosticados com câncer quase 20 anos antes do que os fumantes convencionais. Além disso, o uso desse aparelho aumenta o risco de tumores.

A equipe, composta por pesquisadores de diversas universidades americanas, analisou informações de 154.856 pacientes, coletadas entre 2015 e 2018. Destes, 5% eram usuários de cigarros eletrônicos, 31,4% eram fumantes tradicionais e 63,6% eram não fumantes.

Além disso, pessoas que usam vape têm menor prevalência de câncer em comparação com o tabagismo tradicional. No entanto, elas foram diagnosticados com câncer em uma idade mais jovem — em média aos 45 anos, contra 63 nos fumantes tradicionais.

Outro dado revelado pelo estudo é que os tumores mais comuns entre usuários de vape são diferentes daqueles observados em pessoas que fumam cigarro. Os cânceres mais comuns entre esse público foram: cervical, leucemia, de pele e de tiroide.

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