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Sobrevivente do resgate mais profundo da História diz ter ‘terrível pressentimento’ sobre ocupantes do submarino Titan

Roger R. Chapman e Roger Mallinson são resgatados após três dias embaixo do mar, em 1973. Foto: Reprodução/US Navy

Um sobrevivente do resgate oceânico mais profundo da História disse ter um “terrível pressentimento” sobre os cinco ocupantes do Titan, submarino desaparecido desde domingo (18/6) durante expedição rumo aos destroços do Titanic, no Atlântico Norte.

“Isso é horrível. Não consigo entender por que eles não transmitiram algum tipo de sinal”, afirmou Roger Mallinson à Sky News. “Tenho um pressentimento terrível de que algo pode estar seriamente errado”, emendou.

Roger Mallinson — Foto: Reprodução/Sky News

O resgate recordista aconteceu em 1973, na Irlanda, e está registrado no Guiness Book. Os engenheiros britânicos Roger R. Chapman (então com 28 anos) e Roger Mallinson (35) estavam a bordo do submersível canadense Pisces III, e ficaram presos durante 84 horas, a 480 metros de profundidade. Tratava-se de um trabalho de rotina, para enterrar um cabo telefônico no fundo do mar, 240 quilômetro a sudoeste da cidade de Cork.

Eles acabaram se perdendo no dia 29 de agosto daquele ano e foram levados de volta à superfície no dia 1º de setembro, após 76 horas, por uma equipe de resgate que contava com três outros submarinos, vários navios, dois aviões e alguns helicópteros, provenientes de esforços do Reino Unido, EUA e Canadá.

Roger R. Chapman e Roger Mallinson são resgatados após três dias embaixo do mar, em 1973 — Foto: Reprodução/US Navy

A embarcação era uma espécie de bola de aço de cerca de 1,8 metros de diâmetro, e tinha 80 horas de oxigênio disponível. Quando os homens foram resgatados, ela contava com apenas 12 minutos, de acordo com a BBC. Chapman e Mallinson tiveram que lutar contra o desespero e o aumento dos níveis de dióxido de carbono, à medida que o oxigênio acabava.

Com o suprimento de oxigênio diminuindo a cada minuto, eles se agacharam e começaram a preservar tudo o que havia. Para reduzir o uso de oxigênio, eles pararam de falar e tentaram ficar o mais imóveis que podiam, e abstiveram-se de comer o único sanduíche e a lata de limonada que tinham para se alimentar.

“Quase não nos falamos, apenas agarramos a mão um do outro e apertamos para mostrar que estávamos bem”, disse Mallinson à BBC, em entrevista em 2013.

Na superfície, as equipes de resgate enfrentaram uma sucessão de problemas técnicos enquanto realizavam uma operação de resgate. Três submersíveis foram trazidos para ajudar, mas dois foram colocados fora de operação após falhas elétricas em um e entrada de água no outro.

Três dias após o acidente, o submersível de resgate restante conseguiu prender um gancho e corda de reboque especialmente projetados ao Pisces III e içá-lo à superfície. Demorou mais 30 minutos para a escotilha da cabine ser aberta.

“Tínhamos 72 horas de suporte de vida quando começamos o mergulho, então conseguimos prolongar mais 12,5 horas. Quando olhamos para o cilindro, tínhamos 12 minutos de oxigênio sobrando”, contou Chapman.

Acredita-se que o Titan tenha suprimento de oxigênio até a manhã de quinta-feira (22/6).

Fonte: Extra.

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