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    Polícia já identificou cinco vítimas de grupo acusado de atos de extrema violência contra animais e adolescentes no RJ

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    A Polícia Civil já identificou cinco meninas que foram vítimas de um grupo no aplicativo Discord, que era usado para induzir jovens a cometer atos de extrema violência, no estado do Rio de Janeiro. Pedro Ricardo Conceição da Rocha, conhecido como “King” e apontado como o criador da principal página usada para esses crimes, foi preso pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) na manhã de terça-feira.

    De acordo com o delegado Luiz Henrique Marques, titular da DCAV, as principais vítimas desse grupo criminoso são meninas com até 16 anos de idade. Após serem ameaçadas nos canais de comunicação, as vítimas são submetidas a práticas de tortura, estupro virtual e comportamento humilhante.

    “A página, a sala de bate-papo, é chamada de provedor. Quem criou o grupo é o dono desse provedor e pode chamar outras pessoas para fazer parte. Chamada, a pessoa entra e pode interagir em tempo real. Para a chantagem, eles usam todos os dados disponíveis na internet para adquirir informações. Nem sempre eles têm algo para chantagear, mas à medida que aquela pessoa cumpre os desafios impostos, eles passam a ter”, explica Marques.

    As investigações da DCAV começaram em março deste ano, após compartilhamento de dados de inteligência entre a Polícia Federal e a Polícia Civil de diversos estados. Três servidores da plataforma, usados por um grupo de jovens e adolescentes de várias regiões do país, foram identificados pela polícia.

    Nesses servidores, os jovens cometiam atos de extrema violência contra animais e adolescentes para cumprir desafios pré-estabelecidos, além de divulgarem pedofilia, zoofilia e fazerem apologia aberta ao racismo, nazismo e à misoginia.

    Segundo a polícia, também ocorriam estupros virtuais de adolescentes, transmitidos ao vivo por meio de videochamadas. Chantageadas e constrangidas, as vítimas eram forçadas a se tornarem “escravas sexuais” dos líderes do grupo. Elas eram xingadas e humilhadas enquanto eram obrigadas a seguir as ordens de seus “donos”.

    As vítimas eram selecionadas na própria plataforma ou em perfis abertos de outras redes sociais. Os líderes do grupo obtinham informações pessoais por meio de engenharia social e pesquisas em bancos de dados de consulta de crédito e até de hospitais, para realizar chantagens e exercer controle sobre as vítimas.

    É importante que os pais mantenham um diálogo permanente com seus filhos, conforme orienta o delegado Luiz Henrique Marques. Caso descubram que o jovem tenha sido vítima de algum desses crimes, é fundamental que compareçam à delegacia mais próxima e denunciem.

    As denúncias também podem ser feitas pela central de atendimento Disque-Denúncia, pelos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177, ou pelo WhatsApp(21) 2253-1177.

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