Passagem clandestina próximo à estação Maracanã. Foto: Divulgação / SuperVia
De janeiro a julho deste ano, a SuperVia teve um prejuízo de mais de R$ 1 milhão de reais com as passagens clandestinas e vandalismo na estação Maracanã, Zona Norte do Rio. De acordo com a concessionária, o gasto corresponde ao valor de 1,5 mil passagens por dia.
A SuperVia aponta que a construção e recuperação do muro ao longo de todo o trecho da estação corresponde a cerca de 2 mil m². Além disso, a concessionária informou que os calotes levam à diminuição de arrecadação das bilheterias, aumenta os riscos de acidentes e torna a estação vulnerável.
“A ousadia de quem destrói as dependências de um serviço que atende a 350 mil pessoas diariamente é tão grande que eles arrebentam os muros e utilizam esses acessos à luz do dia, sem se importarem com câmeras de segurança ou flagrantes”, diz trecho da nota emitida pela SuperVia.
Casos de violência
De acordo com a concessionária, foram registrados 24 assaltos à colaboradores da SuperVia no período de janeiro a junho deste ano. O número é quase o dobro das ocorrências contabilizadas durante o ano passado inteiro.
Na última quarta-feira (5), seis colaboradores da SuperVia foram assaltados durante uma manutenção de sinalização, que acontecia a 500 metros da estação Marechal Hermes, na Zona Norte. O criminoso levou os celulares dos trabalhadores e fugiu.
No início do mês passado, outros dois funcionários foram assaltados no trecho entre as estações da Praça da Bandeira e São Cristóvão, na Zona Norte. Uma das vítimas chegou a ser agredida. Os assaltantes levaram celulares, dinheiro, fones de ouvido e lanches.
Dois dias antes, homens armados assaltaram três maquinistas na sala de tração da estação de Deodoro, na Zona Oeste. Celulares e pertences pessoais foram levados.
Concessão dos trens
Em abril, a empresa japonesa Mitsui, principal acionista da Gumi Brasil Participações – que controla a SuperVia –, formalizou a desistência na concessão do sistema de trens do Rio de Janeiro.
O grupo japonês enviou um ofício à Secretaria Estadual de Transportes comunicando a falta de interesse em continuar no comando das operações. Após a desistência, o governador do Rio, Claudio Castro, disse que o sistema passará por uma transição para que um novo modelo de concessão seja implementado. O atual contrato termina em outubro deste ano.
A SuperVia tem a concessão da operação da malha ferroviária desde novembro de 1998, mas a Mitsui está à frente desde 2019. O sistema ferroviário do Rio tem 270km de extensão e atende 12 cidades da Região Metropolitana, transportando cerca de 350 mil passageiros.
Em maio, o secretário estadual de Transportes do Rio, Washington Reis, afirmou que estuda conceder a operação dos trens do Rio de Janeiro a uma empresa chinesa, que opera os trens de Caracas, na Venezuela. Ele disse que o objetivo é fazer com que o intervalo entre os trens seja de 5 minutos e, nos horários de pico, abaixo disso.
Fonte: O Dia.