Mauro Cid optou por ficar em silêncio no depoimento à CPMI. Foto: Bruno Spada/Agência Câmara
Durante depoimento na CPMI dos atos golpistas nesta terça-feira, 11, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que ficará em silêncio na sessão da comissão devido ao habeas corpus apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e orientação da defesa.
Por uma decisão do Supremo, Cid tem direito ao silêncio sobre as questões relacionadas as investigações que já ocorrem em outros órgãos.
A decisão foi tomada na semana passada pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia. Ela autorizou que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro permaneça em silêncio durante o depoimento com a presença, no entanto, obrigatória.
Em fala inicial, antes das perguntas serem feitas, Mauro Cid afirmou:
“Por todo o exposto, e sem qualquer intenção de desrespeitar vossas excelências e os trabalhos conduzidos por esta CPMI, considerando minha inequívoca condição de investigado, por orientação da minha defesa e com base no habeas corpus 229323, concedido em meu favor pelo STF, farei uso ao meu direito constitucional ao silêncio”.
A relatora Eliziane Gama (Cidadania-MA) fez questionamentos sobre a saída de Cid do país, falsificações em cartão de vacinação e atividades com o então presidente da República Jair Bolsonaro.
No início das perguntas da relatora, alguns deputados chegaram a criticá-la por estar ‘fugindo’ do tema da CPMI. A senadora alegou que tudo fazia parte do interrogatório a respeito dos atos do dia 8 de janeiro.
Inicialmente, era para Cid depor no dia 4 de julho, no entanto, o presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA) optou pelo adiamento das sessões do colegiado por conta da “intensa” agenda da Câmara dos Deputados.
Quem é Mauro Cid?
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro está preso desde o dia 3 de maio por suspeita de envolvimento em grupo que falsificava dados de vacinação contra a Covid-19 no Ministério da Saúde.
Durante o mandato de Bolsonaro na presidência da República, Mauro Cid prestou a ele assistência direta para assuntos oficiais e pessoais, ocupando o cargo de ajudante de ordens.
Com mais de 20 anos de Exército, Mauro Cid concluiu a Academia Militar das Agulhas Negras em 2000 e fez diversos cursos da carreira militar. Seu objetivo era se tornar general, assim como o pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid.
Ajudante de ordens
Em 2018, Mauro Cid iria assumir uma função do Exército nos Estados Unidos, mas foi designado a se tornar ajudante de ordens de Bolsonaro, cargo no qual permaneceu durante todo o mandato do ex-presidente.
As tarefas do tenente-coronel era as mais diversas, desde carregar a pasta de Bolsonaro, filmar o “cercadinho” e gravar lives, até servir de intérprete em conversas com autoridades internacionais, já que Mauro Cid é fluente em inglês e espanhol.
Durante o mandato de Bolsonaro, Mauro Cid também foi designado a executar tarefas complexas. Foi ele quem articulou as tentativas de recuperar as joias sauditas apreendidas no aeroporto de Guarulhos.
Com informações do IG.
Fonte: O Dia.