A Polícia Civil intimou o representante legal da Light para prestar esclarecimentos sobre a morte de um macaco-prego após receber uma descarga elétrica dentro do Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. O caso foi registrado nesta segunda-feira (17) na 15ª DP (Gávea) como maus-tratos a animais.
Segundo informações da Polícia Civil, outras diligências estão em andamento para apurar o ocorrido. A morte do animal aconteceu no domingo (16) depois que ele recebeu cuidados do Instituto Vida Livre, que denunciou o caso, alegando irresponsabilidade da Light, empresa de energia elétrica responsável pela área.
Através das redes sociais, a Organização Não-Governamental (ONG) informou que uma equipe do Projeto Fauna do Jardim Botânico foi acionada de forma emergencial para atender um macaco que tomou um choque na rede elétrica no sábado (15). O animal foi socorrido e encaminhado ao instituto com queimaduras e sangramentos.
Ainda de acordo com a instituição, o macaco sofreu uma hemorragia intensa e apresentava um quadro neurológico bastante complicado, com vários episódios de convulsão. Apesar dos esforços do socorro e dos cuidados prestados, o animal veio a óbito na manhã de domingo (16).
A organização alega que há irresponsabilidade por parte da Light em relação aos cuidados com suas fiações. Segundo o instituto, esse foi o segundo macaco que sofreu um choque elétrico dentro do Jardim Botânico na última semana.
Roched Seba, diretor e presidente do instituto, esteve na 15ª DP nesta segunda-feira (17) para registrar uma queixa-crime contra a empresa. Para ele, há negligência por parte da companhia em relação aos animais silvestres.
“Mais um macaco que a gente atendeu e que veio a óbito vítima da Light no Rio de Janeiro. A gente vem tentando falar com a companhia, tivemos algumas reuniões, mas nada é feito. A Light é completamente negligente e insensível ao impacto que causa aos animais silvestres”, disse através das redes sociais do instituto.
Questionada sobre o assunto, a Light respondeu que acredita na importância de zelar pela preservação do meio ambiente e prevenir o risco de eletrocussão de animais silvestres. Para isso, a companhia realiza planos cíclicos de poda de árvores, o que afasta os animais da rede elétrica. Anualmente, são podadas mais de 60 mil árvores na cidade do Rio e 150 mil árvores em sua área de concessão.
“Também são implementados, estrategicamente, protetores e mantas para minimizar o contato direto com pontos energizados da rede. Em pontos mais sensíveis, onde há maior incidência de animais silvestres, os condutores de média tensão possuem revestimento, ou seja, estão protegidos quanto ao contato direto com o condutor energizado, e os circuitos são inspecionados anualmente a fim de levantar fragilidades e possíveis defeitos”, informou a empresa.